domingo, julho 05, 2009

Mas já é julho, parece que o tempo faz pirraça com a gente. Prometemo-nos zilhões de mudanças, N iniciativas, X atitudes diferentes, Y idas pelos caminhos diferentes e é hora de rever isso tudo, afinal, 6 meses lá se foram.
Mas qual a razão de tanto questionamento? É que to revoltada com uma coisinha ali, que vou expor adiante.
De antemão, fica acertado que hoje não tem indicação musical; solicito, desde já, 1 minuto de silêncio, durante o qual possamos refletir e acordarmos do torpor em que vivemos embebidos.

Ta, já vou largar de enrolação e desembuchar: dias atrás, peguei web afora um artigo que tratava sobre um estudo realizado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Ih, mas que coisa chata falar de órgão público, lá vem assunto de política e economia - e quem gosta disso? Bom, acho que o pessoal gosta mais de pão de circo, é bem verdade, mas, faz-se necessário prestar atenção aos dados da tabela a seguir: -



Como o título diz, este é um retrato da distribuição da carga tributária considerada entre os anos de 2004 a 2008, incidente sobre os cidadãos conforme sua faixa salarial.

Se observarmos atentamente a tabela, a primeira impressão é de que existe uma incongruência, mas não; o pobre do infeliz que ganha até 2 salários mínimos mensais, destina INCRÍVEIS 48,8% de sua delgada renda ao pagamento de impostos, em especial o cáustico ICMS, que chega a representar mais de 80% da arrecadação em alguns estados.
Em que mundo estamos, gente? O miserável precisa trabalhar suados 197 dias do ano para encher a pança e os bolsos de parasitas semelhantes àquele senhor feudal e cia do Maranhão. Como diz o bordão popular: “Parem o mundo que eu quero descer.”

Eu havia lido sobre essa pesquisa recentemente, e hoje, notei que o Dimenstein da Folha faz menção à mesma, sob o humorado título: “Ingana” que eu gosto. A referência ao IN (imposto inglês) GANA (serviço público de Gana), é no mínimo bem criativa.

Os dados estão aí para consulta, e mais detalhes podem ser obtidos na página http://www.ipea.gov.br/default.jsp, entretanto, algo ainda me despertou atenção: no intervalo de 4 anos proposto pela tabela, é notável o aumento da carga tributária. Sendo assim, se você, leitor, assim como eu, já leu o livro do Apocalipse, que faz menção ao fim dos tempos, deve ter notado que lá existe uma falha: não previram que há de chegar o dia em que o pobre vai trabalhar em troca de arroz e feijão, apenas, uma vez que toda a sua renda já estará comprometida com o pagamento dos impostos. Valha-me Deus!

Aproveito o gancho para incentivar o pessoal a pedir a NOTA FISCAL PAULISTA. Este “bônus”, por enquanto, só está disponível para o pessoal do estado de São Paulo - mas, você ai de qualquer canto do pais, que tal enviar um e-mail ao seu governador, cobrando seguir esta boa idéia do Serra? Sim, do Serra!
Eu sei que andei falando mal do carinha do PSDB no último post, mas hoje preciso falar bem do Serra e da sua iniciativa do instituir o programa da Nota Fiscal Paulista.
Ele é bonzinho então?! Não é bem assim, pois como eu já citei, a arrecadação do ICMS ultrapassa a marca de 80% estados afora, e como o jeitinho brasileiro prima pela sonegação, se o cliente pede a nota, fica mais difícil de sonegar. Assim sendo, 30% do que te “furtam” com a cobrança deste imposto infame é devolvido quando o sujeito devidamente cadastrado no site do benefício pede a nota. Inclusive, disponibilizo o link onde é possível se cadastrar para ser beneficiário desta belezinha: http://www.nfp.fazenda.sp.gov.br/
Segundo os dados da página, existem mais de 4 milhões e 600 mil pessoas cadastradas, porém, se levarmos em conta que o estado de São Paulo possui mais de 40 milhões de habitantes, adesões a valer ainda precisam ser efetivadas.
Como disse o Dimenstein, falta política pública que leve ao conhecimento da população o quanto a “máquina” nos abocanha, da mesma forma, acredito que falta campanha didática e enfática no sentido de incentivar o pessoal a pedir a nota - já que a reforma tributária não sai, que pelo menos, saiam nossos 30% de restituição do ICMS.

Bom, acho que por hora, era o que tínhamos em mente.

Saludos, pois preciso me preparar para assistir o SP daqui a pouco, e, desejem-nos sorte!

Em tempo: O São Paulo perdeu. Tomou 2 gols e não conseguiu marcar nada!
Apoiada a substituição do Washington pelo Dagoberto. Não entendo nada de técnica no futebol, apenas observo quem está se movimentando e sobrou para Washington uma bola no pé, fruto das parcas possibilidades reais de gol, à qual ele não soube dar o devido destino. Isso, depois de ter declarado que se a bola viesse aos seus pés por 3 oportunidades sem que ele marcasse, ele mesmo solicitaria a saída. Para sua infelicidade (ou não), tal fato ocorreu na semana passada contra o Náutico. A bola chegou e ele não fez nada! Foi substituído.
Acredito muito mais no Dagoberto, uma vez que berram as 4 ventos que Washington é um jogador de finalização, mas não está desempenhando suas funções a contento.

As meninas que leem o blog devem estar aos bocejos, paciência...

Recado para a Lu: que time maldito você arranjou pra torcer hein?

Como é sabido, o caos tomou conta do Irã depois da malfadada última eleição. Pronunciei-me, salvo ledo engano, no blog do Marcelo Rubens Paiva, afirmando que seria de maior hombridade nem ter promovido eleição alguma, apenas ter comunicado ao povo que aquele presidente com cara de caolho iria permanecer, pelo fim da força (como diriam os mais velhos).

O governo tem tentado, inutilmente, evitar que notícias da contenção dos protestos - que vem vitimando civis inocentes através da truculência - se espalhem mundo afora. Medidas restritivas quanto à internet vem sendo tomadas; dias atrás, um repórter da Globo anunciou que até os celulares seriam confiscados, caso o portador demonstrasse atitude suspeita. Mas, o fato é que imagens, vídeos, notícias e afins continuam chegando e dando conta do disparate que ocorre naquele país. Prova disso, é que há pouco, eu estava navegando por atualizações recentes, aqui no próprio Blogger, quando dei de cara com uma página recheada das fotos mais bizarras: gente queimada, estropiada, amontoada sobre poças de sangue e já sem vida, corpos com membros aos pedaços, bebês feridos e até um homem, dentro de um veículo, com a cabeça maior do que uma jaca. Sorte minha que eu estava tomando uma caneca de chá, caso contrário, teria vomitado por tudo.
É um absurdo! Impossível não se revoltar com essa situação.
Tá certo que o país precisa preservar a sua soberania, mas existe algo maior em jogo, e trata-se do respeito à vida/opinião/direito de voto da nação.
Alguém precisa intervir com bom senso e ajudar a por ordem naquilo! O que eu acabei de ver retratado em fotos é um massacre doido, querendo calar a voz de quem possui o direito legítimo de berrar.
Senhor Obama, simpático dono do mundo e demais colegas do clube, órgãos que se dizem em prol dos direitos humanos e da manutenção da paz mundial, onde estais vós?

Iria eu disponibilizar o link do blog com as mencionadas fotos [para os fortes de estômago], mas acabei perdendo-o...

Novo em tempo: recuperei o link das fotos, e advirto, desde já, para nem abrir se você não curte ver o que chamam de realidade nua e crua. Aqui está: http://iraqideadbodys.blogspot.com/

sábado, junho 27, 2009

Olá para mim mesma e eventuais curiosos que por aqui venham a aportar.
Sem mais delongas, é sabido que acompanho novelas sempre que possível, e, há alguns dias, tem me despertado curiosidade a versão de uma canção que, em ocasião pretérita, já havia apreciado na voz do rouco Rod Stewart (se é assim que se escreve).
Maya, Raj, e ao fundo, I’m in the mood for love. Dou um doce para quem adivinhar o intérprete [da música].
Aí vai uma dica: costumo, nas minhas indicações musicais, dar ênfase aos produtos tupiniquins/prata-da-casa.
Bom, para meu espanto, eis que surge ninguém menos do que o galã Daniel Boaventura soltando a voz. Não era do meu conhecimento seu gosto pelas artes musicais, e muito menos, o lançamento do seu álbum “Songs 4 you”. Segue, portanto, a referida versão, que em nada deve ao Rod Stewart:

Daniel Boaventura - I´m in the mood for love


Ato contínuo, tenho que admitir que esta audição só foi possível graças à possibilidade de piratear minhas musiquinhas via web. Tão simples e prático: encano com as músicas, dou uns cliques aqui e ali e logo tenho até álbuns completos, conforme queira, sob meu domínio. Claro que não “puxo” álbuns completos, uma vez que, em raras exceções tal trabalho vale a pena. Essa embromação toda para alertar o seguinte: - Senador EDUARDO AZEREDO (PSDB/MG) – este homem é relator de um projeto de lei que pode vir a nos trazer muita enxaqueca, relativo aos crimes “internéticos”.
Tenho ouvido um zum-zum-zum e ranger de dentes por ai, e até cheguei a ler que o próprio Lula não demonstrou simpatia pelo projeto, e torço para que assim prossiga, uma vez que o presidente tem o poder de veto.
Confesso que li o projeto de lei na íntegra e o seu resumo também, e apesar de ter ficado no “ar” em alguns pontos confusos, creio que isso se deve ao fato das tais brechas que dizem que o projeto tem, ao deixar de tipificar ao pé da letra o que realmente seria ilícito, enfim...Como disse o Lula, é CENSURA, e já está sendo comparada àquela praticada na draconiana China (e eu praguejando contra Carla Bruni, cantora e 1ª dama francesa, que teve sua pobreza agravada pelo "compartilhamento" de música via web) .
Bom, em suma, a grande polêmica tem girado em torno da obrigação de identificação dos acessos, ou seja, a cada conexão, o internauta precisa fazer uma autenticação, sendo que o provedor, por sua vez, deve ter sob sua guarda, pelo período de 3 anos, dados referentes à duração da conexão, conteúdo acessado, enfim: uma verdadeira devassa nas nossas sombrias vidas net afora. Hahaha, eu vou rir para não chorar!
Sou totalmente contra a aprovação desse projeto e eis aí mais um motivo pelo qual reforço meus 2 votos consecutivos no Lula do PT, já na esperança de tê-los negritados e sublinhados quando o presidente vetar esse absurdo.
Apenas a título de curiosidade, uma voz sábia, no passado, sempre dizia que PSDB governa pra banqueiro; o curioso é que acabo de ler num artigo, que os banqueiros estão muito satisfeitos com o texto do projeto de lei ora comentado.
Não vou copiar aqui o conteúdo do projeto – seria enfadonho, quem tiver interesse que procure socorro junto ao Google – isso, enquanto é possível, porque amanhã ou depois, o acesso a este tipo de informação pode ser interditado ou considerado um crime cibernético (e viva os ATOS E AS LEIS SECRETOS!) - basta saber que não é nada que vá otimizar nossas inocentes navegadinhas; isso sim - e ponto pra Anatel - foi feito quando proibiram a Telefônica de vender banda larga. Hahahahaha, eu achei que tratava-se de uma piada quando li, custei a crer, sério mesmo! Mas, passado o susto, fiquei até orgulhosa do órgão, e pelo que to sabendo, a Telefônica já está se mobilizando, e se não me engano, apresentou ou está em vias de apresentar um plano de emergência com investimentos na ordem de 70 milhões.
Palmas pra Anatel, pois sou cliente Telefônica; seria uma calúnia afirmar que os serviços são de má qualidade, mas tenho sido vítima dessas recentes e constantes panes que tem me deixado alheia ao mundo virtual por horas, às vezes, até dias, e nada mais justo do que impor à prestadora o ônus de provar que tem condições de além de dar suporte aos clientes atuais, expandi-lo [o suporte] numa rede já tão inflamada.

E, virando o disco, ocorreu-me propor uma charada:
O que é que transforma homens em imortais, os purifica de todas as falhas e faz a imprensa mudar os prismas – afinal, o que é a verdade senão uma relatividade?
Resposta: A morte.
To falando do Michael Jackson, é claro. Nunca fui propriamente sua fã, mas concordo com uma das pérolas que o popular Ratinho soltou essa semana: “A mesma imprensa que hoje está idolatrando o Michael é a mesma que o tinha como pedófilo.”
O mito em vida, morreu para viver na eternidade (que clichê mais ridículo e apropriado), e que descanse em paz!
Talentoso era.
Pedófilo, homossexual? Não sei.
Estranho? Era!
Mas o que sabemos nós sobre ele, à exceção do que diziam os textos sensacionalistas? Diziam tantas coisas, inclusive que ele era solitário, carente, frágil, em crise, debilitado e sem a criatividade de outrora.
Eu, reles e ignorante que sou, pouco sei sobre o finado, mas prefiro ser fã do FlapJack, inclusive, apresentar-lo-ei em futuro post.
Bom, finalizando, saudações tricolores aos que, como eu, estão se preparando para a estréia de Ricardo Gomes, logo mais. Vamos por a pipoca para estourar e amaciar os assentos!

domingo, maio 31, 2009

"Bom filho à casa torna" e "após longo e tenebroso inverno" criei ganas de montar nova postagem. Às minhas duas fiéis e assíduas leitoras, aviso, desde logo, que as tenho visitado, mas a preguiça que me impede de construir posts com maior frequência, também me privou de tecer comentários em seus respectivos espaços - falha da qual aguardo pronto perdão (haha).
A verdade é que anda escassa minha permanência nessas paragens, graças a Deus consegui me livrar de Orkut, não fui com a cara do site do passarinho (Twitter) e não to a fim de que a torcida do Corinthians em peso fique sabedora de todos os meus passos e mal-passos. Tenho frequentado, com assiduidade, outros locais menos virtuais nas ocasiões em que, embebida no ócio, estaria navegando web afora. Não que eu esteja me tornando uma anti-virtual, nada disso, mas digamos que minhas navegadas tem sido cada vez mais produtivas.

Mas, como tradicionalmente faço, vamos aos trabalhos: -

Hoje, gostaria de fazer menção ao Ivan Lessa, um dos caras cujo link figura logo mais, à esquerda. Adquiri o hábito de ler suas colunas, sempre que me lembro, e "racho" de rir das "barbaridades" que ele escreve. Trata-se de um cara super bem-humorado (não sei se este hífen ainda persiste, uma vez que não me dei ao trabalho de consultar o link da reforma ortográfica), que escreve para a BBC Brasil. Não sei nada sobre sua biografia, à exceção de que, pela caricatura no alto de suas colunas, parece ser um senhor de meia idade, vive em Londres, e pelo teor das coisas que escreve, conservador, daqueles à moda antiga, que não curtem essas coisas do tempo moderno, produtos do progresso duvidoso.
Dias atrás, peguei uma coluna onde ele descrevia sua aversão ao celular. Hahahahaha, pausa para meu desabafo, porque foi realmente uma comédia ler a narração do seu primeiro contato com aquele aparelho "ameaçador". Ele descreve seu encontro com o telefone como um estranhamento entre aqueles caras de filme de faroeste que se entreolham, desconfiados e ameaçadoramente; vale a pena dar uma conferida.

Eis que, recentemente, ele me faz uma postagem "descendo a lenha" nos assassinos da língua portuguesa, falando mal do acordo ortográfico, e das obscenidades que o povão tem feito em matéria de ortografia. Condena o jóia (esse eu sei que caiu o acento), o joínha, o super, o valeu, o pelamordedeus (aqui faço o mea culpa e aponto o dedo para o Marcelo Tas - que adora escrever "moderninho"), enfim, achincalha a banalização da língua, defendendo com unhas e dentes a linguagem rebuscada, as expressões de outrora - "tão mais elegantes". Haha, não tem como citar Ivan Lessa, sem cair no riso, pois ele embute um quê de sarcasmo bem humorado nas críticas.

Sem mais delongas, como eu dizia, Ivan Lessa apareceu com o seguinte e desafiador texto, o qual é impossível - pelo menos, para mim, réles mortal - compreender sem estar devidamente munido do dicionário mais farto que possa ser encontrado. Segue: -

"Elesbão, o bleso
Elesbão era conhecido na cidade por três particularidades: era bleso, sofria de incurável ofíase e criava gimnuro. Além disso, seu rosto glabriúsculo lembrava o de uma donzela gípsea.
Às tardes, cumpria um hábito cotio: com seu nariz acipitrino, lá se ia ele, em prolongadas giratas, bisbilhando sempre, entre dentes, surradas gnomas, de todos conhecidas.
Atendia-o, nos serviços de casa, um gibi magricela, portador de estranho gilvaz, que havia acolhido, por era de boamente. O tal, apesar de sua irrecuperável acídia e não raro acrasia - já que abusava dos abres, principalmente da cabriúva - era mantido por Elesbão, que morria de amores pelos saborosos doces de gila-caiota, que sabia, como ninguém, preparar.
Conta-se, porém, que certa vez, Elesbão abecou-o, por ter descoberto que o pixaim era atrevido em pôr aratacas, de pura maldade. Nesse dia, Elesbão, justamente achavescado, ficou de capiroto aceso, acofobou-se e acajipou a focinheira do cafuzo. Mas este nem chus nem bus."

Bom, algum sujeito(a) entendeu alguma coisa? Lu, você, "macaca véia" - com todo respeito - dos bancos acadêmicos, poderia traduzir, de pronto, esse amontoado de "palavrões"?
Confesso que fiquei a ver navios, sendo forçada a me debruçar sobre este pequeno parágrafo, com ares de estudiosa, a fim de compreendê-lo em sua plenitude.
Depois de alguns minutos de pesquisa, eis que se descortinou a tradução abaixo: -

"Elesbão, o cara com defeito de pronúncia - costumava falar “cassa” em vez de que caza”, "Zozé" em vez em "José", enfim..
Elesbão era conhecido na cidade por três particularidades: tinha defeito de pronúncia, sofria de incurável doença de pele que causava queda de cabelos, e criava um espécie curiosa de macaco. Além disso, seu rosto sem barba lembrava o de uma donzela feita de gesso.
Às tardes, cumpria um hábito cotidiano: com seu nariz de ave de rapina, lá se ia ele, em prolongados giros, murmurando sempre, entre dentes, surrados provérbios, de todos conhecidos.
Atendia-o, nos serviços de casa, um negrinho magricelo, portador de estranha cicatriz facial, que havia acolhido, por era de boa vontade. O tal, apesar de sua irrecuperável melancolia de crises constantes - já que abusava da cachaça, principalmente de uma feita com aguardente, gengibre e açúcar - era mantido por Elesbão, que morria de amores pelos saborosos doces de abóbora, que sabia, como ninguém, preparar.
Conta-se, porém, que certa vez, Elesbão agarrou-o ameaçadoramente pela gola, por ter descoberto que o cabelo ruim era atrevido em pôr armadilha de pegar passarinho, de pura maldade. Nesse dia, Elesbão, de modo grosseiro, ficou com o diabo no corpo, afobou-se e deformou a fuça do mestiço, que ficou quietinho, sem dar pio."

"Bunito" hein, seu Ivan? Haha, um trabalho do cão pra descobrir essa charada e ele ainda dá uma tirada no fim da coluna : "Vão nessa, reformistas super joias, vão nessa." Acho que ele quis dizer que, pelo andar da carruagem, será um dos sinais dos tempos, entender melhor do inglês do que da própria Lingua Portuguesa. Não discordo dele, de todo, mas também, que língua mais repleta de firula essa nossa...

Ato contínuo, ontem, conversando com meu estimado amigo Rafa, rapaz de família, um perfeito cavalheiro, daqueles em extinção hoje em dia, fui convidada a prestar alguns minutos de atenção ao vídeo que segue. Fiquei um pouco cabreira, uma vez que o Rafa já havia me pregado uma bela peça, certa ocasião, quando recebi dele um teste onde se percorria um labirinto, e o incauto, na ânsia da chegada, deparava-se, subitamente, com a visão do inferno, oferecida por Reagan, a menina possuída do clássico "O Exorcista". Mas, como voto de confiança, resolvi fazer o teste, e o resultado foi bem bacana, tanto que recomendo e passo adiante. Faça você mesmo, caro leitor: -




E, para fechar mais uma postagem "quilométrica" (na visão dos adoradores dos nuggets em forma de leitura), como não poderia deixar de ser, aqui vai minha indicação musical do dia. Ando vendo alguns filmes mexicanos, sobre os quais talvez eu venha a comentar, mas por hora, basta apenas afirmar que não tenho me arrependido. Semana passada conferi "Nicotina" e ontem assisti "Amores perros". Os 2 tem em comum o grande número de situações que vão acontecendo concomitantemente, a agilidade e a cratividade do imprevisível.

O link musical é de uma dupla que forma o Aterciopelados, ou seja, rock alternativo colombiano. Não curto muito o rock, é bem verdade, mas existe uma versão especial para o filme "Nicotina", onde não há aquela barrulheira de bateria, e instrumentos típicos dos ritmos latinos são utilizados. Ficou super bacana (perdão, Ivan Lessa), me amarrei quando ouvi durante o filme: -


Aterciopelados - Luz Azul (Nicotina Mix)

domingo, maio 17, 2009

Hoje o assunto refere-se a indicações.
Vou desenvolver 3 delas, mas ater-me-ei a uma em especial, conforme segue: -
À exceção da Mônica, minha companheira de web desde longa data e também leitora deste espaço, que por uma razão lógica (mora em Aracaju), deve conhecer sobre ciranda, maracatu e afins, quem dos que por aqui transitam, ainda que anonimamente, poderia neste momento levantar o dedinho quando eu perguntar sobre o conhecimento destas 2 expressões destacadas?

A verdade é que brasileiro não consome a cultura que produz. Costumamos (sim, pois eu também me pego reproduzindo tais ressalvas) dar mais crédito e valor ao que vem de fora.
Há dias quero abordar este assunto, desde que acompanhei ao largo uma polêmica que se criou no blog do Zeca Camargo, quando ele resolveu assumir publicamente que achava bacana uma tal de "Stephany" ou algo assim, e ainda teve a ousadia de disponibilizar o link da moça no Youtube.

Hahahaha, confesso que ri às pampas com a indignação de 99,9% dos leitores, que acharam um absurdo, um impropério, um cara do quilate do Zeca Camargo simpatizar com aquela tosqueira.
Explico: essa tal de "Stephany" é uma sujeita, ao que parece, que anda fazendo sucesso entre as massas e ganhando espaço em programas tipo do Gugu Liberato. A guria se apropria de músicas comerciais de cantoras americanas que cairam nas graças da mídia, tal como Vanessa Carlton e sobre essas músicas, enfia uma letra pra lá de brega no ritmo do forró, sendo que um de seus vídeos (bem acessados) do Youtube traz a seguinte letra: "Eu sou linda, absoluta, eu sou Stephany", tudo isso embalado pela coreografia de um clipe da Beyonce e muito mais. KKKKK, gente, é ruim demais!
Mas se é tão ruim assim, porque o Zeca gostou? Pelo que entendi, ele acha uma boa voz, e realmente, é verdade. Se assemelha àquelas vozes de vocalistas de bandas de forró do nordeste, são vozes fortes, mas no caso do Stephany tudo muito mal aproveitado, só reproduções de performances que deram certo, recheado de muito mal gosto.
Desculpe-me Zeca, você é um cara super culto, mas essa sua indicação não colou.

Mas, dei audiência demais pra essa moça e com isso, estou me desvirtuando do meu foco.

Dizia eu que muito do que é produto de qualidade brasileiro (vamos esquecer da popularidade da Stephany) não é consumido aqui, deixa de ser divulgado, não obtem patrocínio e nem aceitação.

Alguém já ouviu falar de "Mestre Ambrósio"? O termo não me é estranho, mas eu não sabia do que se tratava, até descobrir, por um mero acaso, dia desses, visitando blogs alheios, aleatoriamente, um cara chamado Siba. O dono do blog havia incluído no seu tocador de mp3 algumas músicas de Siba, e embora eu não estivesse muito entretida na leitura, achei curioso o fundo musical e fiquei por ali, prestando audição.

E abro aqui mais um parênteses para falar dessa coisa de direitos autorais na internet. Vários dos sites dos quais eu me valia para criar minhas playlists tiveram "as pernas quebradas", ou seja, a censura proibiu a divulgação dos conteúdos de modo integral, sendo que hoje em dia, se muito tocar, toca-se 30 segundos de música e nada mais. Num passado bem próximo, eu podia montar minhas playlists ao meu bel-prazer e em seguida, apenas embutir seu código HTML no blog e estava feito. No presente, a muito custo consigo isso, tive que me valer de meios alternativos, com os quais não simpatizo em abundância, tais como Youtube e mp3tube (que continua dispobilizando conteúdos, mas só Deus sabe dizer até que infeliz dia).

Sou da opinião que na web é tarefa hercúlea controlar conteúdos, pois sempre se descobre um modo de burlar os bloqueios, e não bastasse isso, acho que o mundo virtual é um meio hiper eficaz de divulgação, acredito ser de grande valia para todos aqueles que não encontram espaço nos meios convencionais.

Sou contra esse bloqueio imposto pela indústria fonográfica e contra todos os outros bloqueios também, fique aqui registrado.

Falando nisso, viram a última da Carla Bruni? É dela a brilhante idéia de punir os baixadores de música com o corte do acesso a internet! Só era o que me faltava essa moda pegar, eu ponho o nome dela na boca do sapo, decerto!

A primeira-dama da França esquematizou o seguinte: o governo fica de olho no que você baixa; deu bobeira, catou mp3 na web, sua banda larga é cortada e você fica isolado do mundo virtual. Isso sim é um verdadeiro absurdo! Seremos aprisionados por tentáculos furtados do governo chinês, graças à mimosa Carla Bruni.

Novamente, revoltada que fiquei ao lembrar deste fato, perdi o foco.

Coisa boa a gente tem a obrigação de compartilhar com os outros, porque as ruins, chegam sem a preocupação de serem bem-vindas. Eu falava de Siba, pois bem...

Siba fazia parte de um grupo chamado Mestre Ambrósio, o qual deixou pra trás quando partiu de Pernambuco e veio para São Paulo há alguns anos atrás. Pelo que descobri, aqui continuou desenvolvendo o ofício da música, cantava semanalmente e arrebanhava público fiel na capital, mas optou por fazer o caminho de volta à sua terra, e lá, com músicos escolhidos à dedo, dar forma a Siba e a Fuloresta do Samba.

Ciranda, coco, frevo, maracatu, rima, poesia bem feita, inteligente, crítica e original, foram esses ingredientes que levaram Siba e seus parceiros a serem reconhecidos internacionalmente, com 2 turnês européias na bagagem, e quantas pelo Brasil mesmo???

Neste final de semana está acontecendo a Virada Cultural Paulista pelo interior do Estado, que visa levar diversas formas de cultura, gratuitamente, à população. Pelo que acompanhei ontem, palavras do governador, o público vem aumentando a cada edição, e fico feliz por isso; cultura é também educação, ingrediente do qual o brasileiro anda carente a valer.

Siba é figura certa nas Viradas Culturais e nos Sesc´s da vida, Europa afora e em eventos aqui e acolá financiados pelo poder público. Mas Siba não chega a todos os lugares, nem a todos os ouvidos, e quando eu digo Siba, refiro-me não só a ele, mas a uma gama de artistas que trazem consigo o que há de melhor e mais característico na cultura e tradição brasileiras. E hão de dizer: "Mas o povo não gosta disso, o povo não consome esta arte, o povo gosta do Créu, da mulher Melancia, do MC sei lá das quantas, é isso que faz ajuntar gente."

O povo gosta disso sim, porque diariamente ele é condicionado a isso, a viver de pão e circo, sem maiores problemas, ou questões, sem curiosidade pelo novo, sem ansiar por conhecer o que há além do que está a olhos vistos.

Normalmente, posto link de cantores estrangeiros aqui sem maiores preocupações sobre seus direitos autorais; hoje, peço permissão ao Siba para divulgar o seu trabalho, tenho a pretensão de lançar uma semente de ótima qualidade, pelo simples prazer de passar adiante algo que acredito valer a pena. Procurei web afora o link dessa música e não achei, tive o cuidado de baixar e fazer upload no site, prestem atenção à letra :


Siba e a Fuloresta do Samba - João do Alto



Ato contínuo, segue a 2ª indicação do dia:




Fique claro que não estou recebendo propina alguma pela divulgação do Trident Tropical Mix, mas há de se convir que é muito mais prazeroso escrever ao sabor doce de frutas cítricas, e sentindo o delicioso perfume deste chiclete; aprovado!

A 3ª indicação exclui os cuecas, trata-se disto:



Alguém reconhece uma sombra adesiva quando vê? Pois é, Dona Lu, esta é inspirada em você, sombra adesiva degradê. Segundo as instruções do fabricante é só destacar, pressionar contra as pálpebras e economizou-se meia hora de luta em frente ao espelho. Comprei para testar, mas vi num blog afora, que (na pele daquela determinada pessoa), dentro de poucos minutos, o pó se aglutinou em certas áreas e o efeito não ficou nada bacana. Penso que pode ter sido devido à oleosidade da pele, não vou dizer que é ruim antes de provar, mas, dando certo, propagarei!
Caso alguém queira encomendar (hahaha - achei consumidoras em potencial web afora, ávidas por este pó de pirlimpimpim), é só entrar em contato comigo pelo e-mail que fazemos negócio!

Por hora, chega de indicar e escrever, preciso de repouso, continuar vendo o último episódio desta temportada de Lost e os filmes que loquei ontem. A propósito, assisti O Expresso da meia noite, e é com convicção que afirmo que o assunto renderia um post; quem conhece o filme pode confirmar.

"Bisous" a quem pisar os pés neste espaço, e em especial para o Vi - de quem nunca canso de gostar.

sexta-feira, maio 01, 2009

Feliz 1º de Maio!

E como não poderia deixar de ser, hoje, (por que não?) haveria de sair do forno nova postagem, fruto do ócio criativo(?) proporcionado por esta bem-aventurada e mais do que adequada folga, justo na sexta-feira. Hehe, tem gente por ai mais feliz do que pinto no lixo. Conheço uns que, como a maioria, rumaram sentido ao litoral. Eu, como sou meio anti-gente - haha, conheci esse curioso termo hoje mesmo, enquanto lia um comentário a respeito do protagonista da postagem - optei pelo merecido descanso, pois ainda hoje estou com dores lombares, causadas por rigorosos exercícios aplicados na terça-feira. (Eita teacher malvado!)

Não vou falar muito sobre o motivo do feriado, aliás, esta menção sequer havia passado por minha idéia, até o instante onde perguntei a mim mesma: "Mas de onde saiu essa história de criar um feriado em homenagem ao trabalhador em 1º de maio?"
Assumo minha ex-ignorância, e aposto grana alta como muita gente por ai, TRABALHADORA, desconhece a história desta data.

Rapidamente, gostaria de fazer constar que apenas para satisfazer a minha curiosidade, descobri que em Chicago, EUA, no ano de 1886, mais exatamente no dia 1º de Maio, houve uma movimentação de trabalhadores nas ruas, reclamando por seus direitos, exigindo diminuição da carga horária, melhores salários, benefícios, enfim...melhores condições de trabalho, tais quais estas de que hoje desfrutamos. Só sei que naquela ocasião, o motim foi suprimido da forma tradicional; feridos e mortos nos garantiram a situação em que estamos hoje como trabalhadores. Este movimento não foi o único, nem tampouco o primeiro, mas talvez tenha sido o maior e de mais vasta influência, o precursor na aquisição de melhores condições trabalhistas.

Mas, vamos aos "trabalhos":

Desde cedo que curto a rua, haha. Mas sou uma curtidora calma e equilibrada. Na escola, minhas amigas eram sempre tidas como as piores companhias, porque usavam maquiagem, vestiam roupas "ousadas", e eram dadas a certas liberdades que mocinhas de família não ousariam. Isso tá parecendo coisa do século passado? Nem é! Vivíamos em redor do colégio de freiras que em muito influenciava a sociedade local. Cidade pequena, já viu como é...Mas, este prelúdio foi apenas para citar que desde meus primeiros passos dentro das boates, nos anos 90 e pedrada, eu ouvia tocar THE SMITHS, com "Boy With A Thorn In His Side", e desde sempre eu achei muito bacana essa música, posso até dizer sem medo que é uma das músicas de que mais gosto, e certamente faria parte da playlist da minha vida, caso eu estivesse montando uma. Esta, sem dúvida, ilustraria meus primeiros anos de balada. Mas, faz-se necessário esclarecer o seguinte: essa música foi hit, se não me engano, por volta de 1980 e poucos, mas mesmo anos depois, em muitas ocasiões, eu ficava esperando aquele momento pós-auge, quando as pessoas já estavam indo embora, o lugar estava meio vazio, havia grandes lacunas entre os presentes, e o DJ, como quem num aceno com um quê de melancolia, característico dos fins de noite, para selar com "chave de ouro", mandava essa:



Este vocalista, com estes trejeitos meio esquisitos, é MORRISSEY. Ah, mas tá, mais um Morrissey como tanto outros...
Nem é!!! Pelo menos pra mim, que sempre achei muito peculiar a sua voz (e por que não dizer o mesmo dele próprio). Na época do vídeo, Morrissey era vocalista de um grupo inglês do que podemos chamar de Indie Rock (gênero que sempre pesquiso no Myspace, bem influenciada pelo Zeca Camargo). O grupo fez sucesso, bastante, mas logo se desmantelou devido às tradicionais rusgas que surgem onde existe mais de um ser humano.

Acontece que, Morrissey ingressou na carreira solo. O cara não é lá muito popular, e é possivel encontrar várias polêmicas e "mistérios" em torno dele, a exemplo dos questionamentos acerca de sua sexualidade (haha, esse pessoal encana demais com meus singers de estimação, fazem o mesmo com meu amado Ricky Martin). Mas o fato é que Morrissey é um celibatário assumido e ninguém jamais conseguiu provar sua homossexualidade. Além de celibatário (condição que compartilho até o momento com ele - piada infaaaaaame), Morrissey é vegetariano (coisa que tento ser,porém ainda não consegui porque aprecio um bom filé de dourada), portanto, segundo as palavras do cinquentão em questão, ele não se alimenta de nada "que já tinha tido face algum dia". O cara também já criou saia-justa com políticos, e é fã de Oscar Wilde - deste cara, eu não gosto; comecei a ler uma obra sua apenas por ter descoberto que ele era libriano, mas logo desisti, não me agradou em nada - enfim...Morrissey é um cara à parte.

Agora, quase 30 anos depois de "Boy With A Thorn In His Side", estava eu passeando web afora: http://www.mysecretplaylist.com/, e me deparo com esta capa de disco:




Achei linda, mesmo! Esse coroa todo "mala" com esse bebezinho ao lado, achei um charme, curioso, uma delicadeza e uma originalidade, tudo ao mesmo tempo e misturado, me chamou atenção, mas como já estava impaciente e com uma certa pressa, sem delongas, passei ao largo...Mas, o que é o destino não??? O dicionário diz: seqüência de acontecimentos e situações pretensamente predeterminados. Eu diria que, talvez por forças de ordem comercial, da mídia (será que a mídia pode formar um destino?), venho tendo uma série de encontros com Morrissey ultimamente, mesmo sem o saber. Recentemente, ocorreu o último deles, quando vi um clip na TV, e instantaneamente, reconheci a voz do vocalista dos Smiths. Era ele, parei a dança do controle e fiquei prestando atenção, curti demais uma das faixas do novo CD, minha dica do dia:



Com vocês, Morrissey, alguns anos mais velho, mais contido nos trejeitos, mas não menos inconfundível na voz. A música é a mais comercial do disco, dane-se, eu gosto...gosto dos instrumentos que eles usam, e gosto muito da voz do Morrissey. Linkei justamente essa versão ao vivo porque é mais genuína, e, a propósito, para selar com chave de ouro, a exemplo do DJ que tocava Smiths na hora da saideira, dias atrás, li no Folha Online que um cantor havia abandonado o palco durante um show. Como assim??? Não liguei muito para a matéria e, novamente, passei ao largo, para somente depois ter descoberto que o tal cantor era MORRISSEY, haha. Achei uma grande piada!

O que houve realmente? Morrissey estava no início do show quando disparou: "Eu posso sentir o cheiro de carne queimando e, por Deus, espero que seja humana", este é meu ídolo! Logo em seguida, em protesto, ele abandonou o palco (porque sentiu cheiro de carne sendo preparada nas proximidades).

PS: Ele voltou, depois. (hihihi)


PS 2: Citei que tenho tido uma série de encontros com Morrissey, mesmo sem o saber, porque embora a notícia acima trouxesse seu nome, desligada, não linkei nome à pessoa. Quando vi a capa do disco, embora novamente seu nome estivesse ali, acometida pela mesma falta de atenção, não o reconheci (mais velho que está), fato que só veio a ocorrer quando assisti o clip mais acima; o que prova que meus ouvidos e a voz do Morrissey continuam perfeitos, apesar do tempo.

segunda-feira, abril 27, 2009

Se hoje eu fosse uma música, a que segue eu gostaria de ser (mas, com certeza, amanhã eu não diria o mesmo). O que segue trata-se da minha indicação musical do dia. Como é sabido, é hábito meu fuçar web adentro atrás de novidades, vou “bebendo” aqui e ali, até topar com coisas que despertem o meu interesse; curti esta banda: (qualquer semelhança com o Garbage será mera coincidência?)



Aos trabalhos: em nada me agrada escrever “auto-posts”, mas os fatos me levam a tal.
Em suma: estou quase terminando de montar meu treino novo, que é de lascar (os músculos das pernas que o digam). Senti dores por todo o corpo e só tenho que parabenizar o teacher pelo trabalho profissional de sempre, não obstante, os mimos com que o agrado. O que tenho levado de bolo e chocolates sortidos não é brincadeira.

Preciso resgatar o link do blog do Zeca Camargo neste espaço: é uma grande porcaria eu perder todos os widgets sempre que troco esses layouts, coisa muita errada essa, e aproveitando o ensejo, preciso lembrar de comprar o livro “Isso aqui é seu” sobre a visita aos patrimônios históricos da humanidade (deixo aqui a dica).

Cara Monks, é com prazer que informo que minha sobrinha (nossa, que estranho me referir a alguém dessa maneira) nasceu na semana passada. Minha irmã estava aqui em casa, saiu com minha mãe p/bater perna pela rua, como de costume, e dessa mesma viagem, foram parar no hospital, sendo que horas depois, vinha ao mundo o mais novo membro de nosso valoroso clã (Rum, rum – um pigarro na garganta). Segue a fotinho, que em nada faz jus à beleza e delicadeza da pequena, que é muito mais formosa pessoalmente, claro.



Bom, com exceção da supra boa-nova, tirei o final de semana para tomar um pouco de vergonha na cara e assistir decentemente “O Fabuloso Destino de Amelie...”. Loquei, liguei as antenas devidamente, me entupi de cafeína no intento de manter o sono à distância, e de uma bela tacada, digeri tudo. Amelie, justiceira, defensora dos fracos e oprimidos, embora não mais afortunada do que eles. O medo, sempre ele, nos impondo limites, nos tornando pessoas restritas, rodeados por muros intransponíveis...este é um filme que merece ser assistido repetidas vezes, reconheço; e assim o farei. Gravei bem o trecho onde aquele homem fraco e debilitado menciona: “Você não é de vidro...” Inclusive, lembrei a Srta Luluzinha de tal máxima. Não somos de vidro, não vamos quebrar se enfrentarmos os fatos, se tomarmos as iniciativas; no máximo, uma exposiçãozinha que daqui há uns dias nem incomoda mais, enfim...Sei o quanto é difícil “viver” as coisas, é mais cômodo ser apenas o espectador, porém, espectador não interage...

Destaque no final de semana para os Irmãos Cohen. Devorei grande parte da locadora e já escassas as minhas opções de escolha nas prateleiras dos dramas, suspenses e terror, resolvi me arriscar apostando nos diretores e não mais “caçando” filmes (literalmente) por títulos ou gêneros. Apostei nos Cohen, bem influenciada por “Onde os Fracos não tem vez.”. Muito me surpreendeu o fato de que TODOS os 3 filmes que loquei tratavam-se de comédias. Fiquei meio atordoada, achei que eles eram afeitos a dramas...
“Matadores de velhinhas” com Tom Hanks, dando vida a um cara muito do malandro e cheio da lábia, “Fargo”, uma mistura de comédia/ação/policial, e “O Grande Lebowsky” – uma comédia que gira em torno de um cara desocupado que acaba envolvido numa encrenca enorme. Enfim, não sou crítica de cinema, gostei dos 2 primeiros títulos acima, mas notei que nas 3 histórias, saltam aos olhos personagens atrapalhados que acabam metendo os pés pelas mãos em situações aparentemente simples que se transformam em incríveis bolas de neve. Enfim...

Bom, acho que chega de prolongar minha gazeta por hoje, mas não antes de deixar registrado que estou chateada com a Srta Luluzinha pelo fato de ter interpretado de forma completamente distorcida meus comentários a respeito de seu pseudo-affair. Mas, como diz um parceiro meu de trabalho cujas mulheres de saia lhe aprazem: “Se você não está com o espírito para a comédia, é inútil.” Tentei, de forma descontraída, dar um sopro de ânimo à situação, mas foi uma tentativa malfadada. Paciência...

Fico por aqui, prometendo a mim mesma, voltar logo que disponha de tempo e inspiração.

terça-feira, abril 21, 2009


La Valse DAmélie [Orchestra Version] - Yann Tiersen

Bom, atendendo a pedidos bradantes da Lu, cá estou, mas não só atendendo-a. Fiz questão de deixar um registro (para futuras e inúmeras consultas) no qual estivesse contido essa música, tema do post. Quando disponho de uma nesguinha de tempo, embrenho-me Myspace afora à caça de descobertas e acabei por esbarrar em Yann Tiersen, compositor e multiinstrumentista francês - de vanguarda. (E depois dizem que os horóscopos são "erros", haha, mas sempre li por aí que os librianos, além do gosto refinado, atraem-se pelo moderno.)

Não deveria tratar-se de grande descoberta, uma vez que este cara compôs a trilha sonora do "Amelie Poulin", filme durante o qual acabei por pegar no sono, pois já era noite avançada. Logo tive que devolvê-lo e sequer assisti a metade, falha gravíssima, uma vez que, com isso, passou-me despercebida a audição deste primor. Mas, retratar-me-ei muito em breve...

A quem possa interessar, estive ausente esses dias, por pura falta de tempo e inspiração para escrever. Odeio escrever às carreiras e principalmente, qualquer bobagem, portanto, só faço uso do painel de postagens quando julgo realmente valer a pena, e hoje, apesar de não tratar de nenhum assunto específico, vim apenas para proporcionar um alívio aos ouvidos dos leitores, tão maltratados em época dos "hits" das mulheres-fruta (eca) e afins.

Para ilustrar, uma imagem meiga que colhi num site onde é possível fazer a busca pelos tons de cor; uma beleza! Segue o link, caso haja algum interesse: http://labs.ideeinc.com/multicolr/#colors=bb1907



Dona Lu: ando lendo suas postagens e não vejo progressos com o tal professor, sequer localizei menção sobre o trabalho brilhante que você criou na intenção de impressioná-lo. Ah, e lembra daquele meu treino, cujo idealizador foi aquele professor cuja foto ilustrou um post mais antigo? Pois é, já se passaram 3 meses e esta semana estou trocando de treino novamente, obviamente, com a ajuda do mesmo teacher, que naquela ocasião tinha namorada, mas em hoje em dia, segundo ele, está "avulso", haha. Você quer que eu dê referências suas?

Dona Mônica: Também andei xeretando seus posts e constatei que acaba de se tornar uma oradora das mais eloquentes. Palmas! haha, só espero que quando começarem a chover convites para as mais variadas palestras, você me cobre apenas meia entrada.

Por hora, basta, hoje sou de poucas palavras, contida; luto pela desclassificação do SPFC no campeonato paulista, no mais, vamos em frente.

Abraços!

domingo, março 15, 2009

Desde que Otar partiu...



Aos costumes (como diria Pedro Bial)...
Bom, só para satisfazer a curiosidade da Lu: desde a última vez que escrevi algo aqui - e isso foi por ocasião do carnaval, ou coisa assim - a vida continuou seguindo. Algumas coisas aconteceram, outras não.

Flávio Augusto, de passagem (inesperada) pelo Brasil, surgiu na porta de minha residência, num dia do meio da semana, ou melhor, numa noite despretensiosa, sem mandar aviso, nem nada. Eu tinha acabado de ver novela e BBB, estava passeando com o controle remoto, acima e abaixo, quando parei num desenho animado. A cabeça envolvida numa toalha, e o corpo vestido com uma daquelas mudas de roupa já rejeitadas pelas traças, quando a campainha me toca. Achei que era uma dessas pessoas que tocam e saem correndo, e quando olho pra baixo, quase fui vítima de um ataque cardíaco, fiquei em estado de choque e mal sabia se deveria assobiar ou chupar cana. Depois de resolver uns pequenos contratempos, desci para atendê-lo, de turbante e tudo. Esta foi apenas uma das situações que só acontece comigo...

Depois disso, por recomendação da Lu, assisti a "Sangue Negro". Minha filha, que coisa hein? Fiquei umas 3hs diante da tela, em alguns momentos a paciência quis me faltar, mas algo maior me prendia por ali: a necessidade de saber o desfecho da trama. Abstenho-me de fazer qualquer menção ao filme, demasiado comprido, só posso adiantar que não foi realmente a troco de nada sua indicação ao Oscar (se bem que evito filmes premiados por esta academia, mas neste caso, preciso tirar o chapéu não apenas para a história, mas sobretudo, pela atuação do cara que cava os poços - e aqui peço perdão pela minha "ignorância", mas sou realmente péssima na arte de gravar nome de ator).

E os dias foram se passando, daqui há 2 semanas será preciso renovar meu treino (aquele mesmo o qual já foi citado aqui, com post ilustrado pelo meu garboso teacher e tudo). Recorri à balança para verificar meu peso apenas de uma feita e constatei a perda de mais de 1,5kg, depois disso, preferi me controlar; vou aguardar mais uns dias para fazer nova pesagem, pois, de qualquer forma, a exemplo do que ouvi num desses comerciais de TV feministas por ai:"A unidade de medida da mulher não é a balança, mas sim, sua calça jeans.", afirmação que assino embaixo.

Ato contínuo, antes que eu me perca em devaneios (o que não seria muito difícil), quero comentar e indicar um filme a que assisti neste final de semana. Trata-se de "Desde que Otar partiu". Visitei a locadora sem muitas pretensões e sem nada em mente, normalmente faço uma pesquisa na internet antes que perder horas fuçando prateleiras em vão. Sai de casa apressada e não tive como realizar minha pesquisa habitual; o resultado foi a locação de 3 filmes, sendo que 2 deles eu teria jogado no lixo com gosto, não fosse pelo fato de não me pertencerem. Fiquei abismada e pensei comigo mesma: "Deve realmente existir muito dinheiro no mundo, caso contrário, acredito que não gastariam sequer 1 lira turca (moeda mais desvalorizada do mundo) produzindo umas porcarias desse nível." (Pensei isso enquanto segurava nas mãos, fitando com desolado olhar os filmes de suspense dos quais sequer lembro o nome).

Como em meio a toda safra ruim existe algo bacana, sob um lampejo de genialidade, escolhi o filme que emprestou nome ao post de hoje.
Trata-se da história de um núcleo familiar composto por avó, mãe e neta, residentes na capital da Geórgia. Alguém aqui sabe algo sobre a Geórgia? A Geórgia é um pais cuja posição é estratégica, a exemplo da Turquia. Ele está localizado entre a Europa e a Ásia e faz divisa com a Rússia - país contra quem protagoniza conflitos desde outrora. Sempre aqueles malditos conflitos de ordem político-étnico-religiosa. No caso da Geórgia, existe um agravante; por estar localizado numa posição estratégica, interessa à Rússia manter o controle sobre territórios que abrigam gasodutos e oleodutos. Enfim...em razão desses conflitos, a Geórgia é uma economia frágil e arrasada. Na época do filme, por exemplo, frequentemente ocorria falta de luz e água; incidentes provocados pela situação instável do país.

Ocorre que, à família a qual me referi acima pertencia Otar. Filho da senhorinha que ilustra o post, que contava com 88 anos à época da gravação.
Otar, médico em busca de melhores condições, parte para Paris, onde trabalha na construção civil. De lá, comunica-se com sua devotada e carinhosa mãe por meio de telefonemas e cartas.
A situação para os imigrantes, como sempre, não é facil, mas mesmo assim, Otar, quando pode, envia algum dinheiro à família, que vive numa casa escura, cheia de quinquilharias, de forma modesta.
Os telefonemas de Otar são aguardados com grande ansiedade por sua sua mãe e ela fica muito feliz quando recebe notícias suas.
Acontece que, a certa altura, Otar é vitimado por um acidente de trabalho e acaba por falecer. Sua irmã e sobrinha, consternadas, e preocupadas em poupar a velha, relutam em deixá-la a par da tragédia e decidem por omití-la, enredando um teatro que consiste em continuar enviando cartas falsas que chegariam tendo Otar por destinatário.

Tenho que abrir um parênteses aqui para comentar que andei lendo umas críticas ao filme, internet afora, e fico abismada com o azedume desses que se rotulam de críticos, ô povinho mais infeliz! Acham defeito em tudo, nada para eles é bacana, nada sensibiliza ou surpreende, nenhuma história traz atrativos ou originalidade. Li coisas semelhantes a respeito do filme em questão e prontamente releguei-as ao esquecimento, pois, como eu disse, são produto de humores azedos.

Confesso que em alguns momentos do filme, meus olhos marejaram. Não tive como não me sensibilizar com o empenho daquela velhinha - ludibriada por sua filha e neta - em rever novamente seu filho amado. Ela vende todos os pertences para adquirir as passagens que levarão as 3 personagens à Paris, e lá, de uma forma que eu não esperava, irá descobrir que esteve no encalço de um filho há meses falecido.

Mas antes disso, palmas e mais palmas para uma das cenas ápice do filme. A velhinha encurvada tem 88 anos, mas numa ocasião em que sua filha e neta se ausentam, ela, num ato de traquinagem, sai para passear, vai até um parque de diversão e monta na roda gigante, devidamente munida de seu cigarrinho e fica por alí, como que aproveitando aquela brecha para "viver". Pena que não consegui uma foto da cena, pois é impagável!

Não vou contar mais sobre o filme, quem quiser que assista, porque vale a pena, mas gostaria de fazer menção especial aos "extras" - que dificilmente assisto. Neste caso, tive a curiosidade. Esta senhorinha que faz a mãe de Otar, puxa, dá vontade de levar ela pra casa, um doce de velhinha; me sensibilizou quando corria para atender o telefone, acreditando ser uma chamada do filho (finado), quando lançava aqueles olhares que só as boas velhinhas tem, quando defendia os pertences do filho, impedindo que alguém os tocasse, enfim...Mas, voltando às curiosidade sobre a senhorinha, à época do filme, fazia apenas 5 anos que havia iniciado as atividades como atriz, e sobre a cena da roda gigante (já mencionada), foi uma dificuldade para a diretora convencê-la a fazer, pois ela tinha medo. Por fim, acabou cedendo e até curtiu a brincadeira; segundo o relato da diretora, filmaram a valer o giro na roda gigante com a bituqinha de cigarro na boca.

Bom, já escrevi o bastante, e só o fiz empolgada em passar adiante sobre este filme, porque coisa boa, a gente precisa compartilhar.
Queria ter incluido no post a música de Florent Marchet, um artista francês que descobri por ai, mas infelizmente o Deezer já não é mais o mesmo e grande parte do conteúdo foi bloqueado; uma pena...mas, para quem tiver curiosidade, é uma ótima dica.

terça-feira, fevereiro 24, 2009

Assunto reincidente - Índia, ou melhor, o Bapu da Índia




"My God!" - essa é uma expressão comumente utilizada no escritório onde trabalho, até por mim, claro. Hoje, ela expressa meu desespero diante da responsabilidade de escrever este post, pq tô com 1.999 coisas em mente e me desnorteia a necessidade de pô-las em ordem. Mas, let´s go!

Embebida pelo clima de carnaval e Oscar, é claro que minha primeira parada seria a locadora. E fui...Achei algumas poucas coisas e só tenho filmes A NÃO INDICAR, com exceção de um.

A locadora estava depenada; ou não tinha os títulos que eu procurava, ou estavam locados - uma miséria.

Por fim, parei numa prateleira que continha filmes premiados em outras ocasiões - abro parênteses aqui para ratificar que não cultivo o hábito de locar filmes ganhadores de Oscar, porque nem sempre são os melhores, acho que é até um pouco de preconceito - e, de pronto, meus olhos bateram em "Gandhi". Nem preciso emprestar a expressão da Lu: "feliz que nem pinto no lixo". Eu nem gosto dessas coisas de Gandhi, de Índia e afins, né? Foi a festa! Eu sequer tinha ouvido falar que havia um filme "biográfico" sobre Gandhi, talvez pelo fato de que este, data de 1983, ocasião em que nem de desenho animado eu entendia.

Quanto ao filme, recebeu mais de meia dúzia de estatuetas, incluindo a de melhor ator para um cara muito semelhante ao prório Gandhi.
Confesso que achei um filme um pouco cansativo; dura os incríveis mais de 180 minutos, motivo pelo qual tive que assistí-lo em 3 prestações, e abolir o uso do sofá. Sempre que deito na poltrona pra assistir, o sono me cai como luva, portanto, quando preciso realmente prestar atenção em algo, ligo a tela do pc, acomodo-me em posição "politicamente correta" e passo a processar as informações adequadamente.

Por fim, concluí que mesmo 180 minutos de filme é quase nada no intuito de contar a história de Gandhi, claro que ali devem ter sido compreendidos apenas os fatos mais relevantes, mas tive a impressão de que muitos aspectos da vida de "Bapu" - como era chamado - foram negligenciados. Eu e essa maldita mania de detalhes, de querer saber das coisas triviais ou até das amenidades. Sem falar que, fiquei o tempo todo na expectativa de que durante o filme se descortinassem imagens e informações sobre a Índia e seu povo; ledo engano. A fotografia do filme é boa, e em muitas passagens, enquanto Gandhi percorria o interior de seu país, tive a impressão de estar vendo quadros familiares (acho que todo interior tem lá suas coisas em comum).

Mas, vamos voltar o foco para Gandhi, pois minha intenção não é contar o filme, mas fazer um "pobre" relato de sua história.
Sempre tive admiração por este homem e pela tolerância que ele demonstrou, pela resignação em resistir pacificamente. Mas cabe aqui ressaltar que trataram-se de uma resignação e tolerância em nada passivas. A estratégia de Gandhi consistia em não reagir da forma mais fácil e mais impulsiva, ou seja, dar o troco de forma pragmática. Cabe aqui um outro parênteses : Senhorita Mônica, acho que o horóscopo contém falhas, uma vez que minha filosofia de vida é baseada na antiga Lei de Talião. Sendo Gandhi um libriano, é notório que ele agia de forma totalmente contrária a mim ao afirmar que "olho por olho e o mundo acabará cego." Puxa vida, que banho de sabedoria seria ter tido o privilégio de conviver à mesma época que esse homem e próximo a ele...

Contam os relatos que Gandhi vinha de uma família abastada. Como é sabido, entre os hindus, existe um sistema de castas (abolido por lei, mas que na prática ainda vigora), se você for pesquisar no Google, talvez encontre informações divergentes sobre a casta a qual pertencia Gandhi, pois eu mesma já li que ele era brâmane e em outra fonte, diziam que sua família praticava o comércio...enfim, o fato é que seu pai era envolvido com política e na pretensão de que seu filho seguisse os mesmos passos, enviou Gandhi à Inglaterra para aprender o ofício da advocacia. Mas, antes disso, aos 13 anos, Gandhi se casou com uma moça da mesma idade.
Estudos concluídos, Gandhi retorna à Índia, porém, lá não permanecendo. Muda-se para a África do Sul (também colônia inglesa), e como é sabido, povoada por brancos. Diz-se que até então, Gandhi não tinha a consciência politico-social que veio a demonstrar mais tarde e que o tornou figura tão notória. Segundo os relatos, foi na África do Sul que houve esse "despertar" de Gandhi, mais especialmente, numa ocasião em que ele viajava de trem na 1ª classe, quando foi convidado (devido à sua cor, tipica dos hindus), a locomover-se até até a 3ª classe, caso contrário, seria atirado para fora do veículo; e assim foi feito.

Depois disso, Gandhi retorna à Índia, onde toma conhecimento das reais condições em que viviam seus compatriotas e passa a empreender viagens pelo interior do país, sempre discursando em favor da libertação, através da resistência e luta, por meios não violentos, o que o torna cada vez mais conhecido e respeitado.

A esta altura, Índia era colônia inglesa, assim como já o fomos de Portugal. Como de costume, as metrópoles exploram as colônias extraindo destas suas riquezas e produtos naturais, transformando-os em manufatura, que é revendida às próprias colônias a preços absurdos. A Índia, desde então, passava por um período difícil, os agricultores eram explorados de tal forma que praticamente não tinham do que sobreviver, pagavam aluguel das terras aos ingleses, aluguéis cada vez mais caros, em contrapartida aos preços pagos pelo que nas terras era produzido. À mesma época, comprava-se tecidos produzidos na Inglaterra e até mesmo o sal tinham que consumir de seus colonizadores.

Conflitos intensificaram-se, pessoas foram mortas e quando isso ocorria, Gandhi iniciava seus jejuns, contrariado pela atitude do seu povo, pois incitava-os a lutar pela liberdade, mas repudiava mortes e violênica. E em jejum permanecia, até que seu povo voltasse a agir pacificamente.

Enfim, durante toda sua vida, por se mostrar um líder ao qual as multidões respeitavam e seguiam, Gandhi foi preso em diversas ocasiões, e em diversas ocasiões também jejuou, em protesto contra os atos de violência.

Para libertar-se da condição de colônia, Gandhi convocava seu povo a paralisar todas as atividades, numa espécie de "greve", protestava contra os altos impostos, promovia o boicote aos produtos industrializados, vindos da Inglaterra - existindo uma ocasião em que convidou todos os reunidos num de seus discursos, a acenderem uma grande fogueira onde seriam lançadas as roupas fabricadas na metrópole, enfim...Gandhi lutava para conseguir a liberdade de seu país por meios alternativos, nunca usando a força bruta, buscando a desocupação inglesa de forma amigável.

Nesse meio tempo, articulado, estreitou relações com os homens que futuramente, viriam a ser os membros do Congresso naquele país, e com eles, continuou, ainda que muitas vezes, de dentro dos presídios, a conduzir sua nação a caminho da liberdade, tendo sempre ao lado sua fiel e companheira esposa, tão politizada quanto ele, que inclusive, também discursava ao seu lado.

Com o desenrolar dos fatos, a crescente popularidade de Gandhi, a mobilização popular que ele conseguia, e devido à incapacidade da Inglaterra em continuar mantendo o domínio sobre um país tão vasto quanto à Índia - à época da 2ª Guerra Mundial, a transição para a liberdade, inevitável, acabou por ocorrer.
Gandhi foi convidado a ir à Inglaterra, para discutir os termos da independência do seu país e lá esteve com monarcas londrinos e até com Charles Chaplin.

Mas, como é de se esperar, há sempre um porém em todas as histórias e nessa, existiram dois:-

1º) A Índia, antes UMA NAÇÃO lutando para se livrar das garras inglesas, agora se via em meio a conflitos de natureza interna; a minoria muçulmana reclamava para si um território, onde seria o Paquistão. Mais mortes ocorreram, e Gandhi, já velho e debilitado, caiu em novo jejum até que hindus e muçulmanos resolvessem por se entender - como povos irmãos que deveriam ser - e findassem praticando a filosofia pregada por seu "bapu" durante toda sua trajetória: A NÃO VIOLÊNCIA.

Algum tempo depois, cessados os conflitos internos, Gandhi diz algo mais ou menos assim: "é bobagem que os conflitos cessem apenas para evitar a morte de um velho", porque afinal, as duas etnias haviam entrado em trégua apenas a fim de que Gandhi também cessasse o jejum. Entendi com isso, que Gandhi, em sua sabedoria, e entristecido por isso, tinha a consciência de que as pessoas haviam hasteado bandeira branca, mas pelos motivos errados. Eles não assimilaram o maior ensinamento do seu mestre...Aquilo era apenas uma solução paliativa, e Gandhi sabia disso...

2º) Poucos dias após o fim do último jejum de Gandhi, quando o mesmo se preparava para ter com seu povo, um militante hindu, infiltrado na multidão, assassinou-o com alguns tiros; e suas últimas palavras foram: "Oh My God!"

E assim, apagou-se o brilho da vida de um homem, que até hoje, mantém sua chama póstuma.

O assassino de Gandhi alega ter tirado sua vida devido às concessões feitas aos muçulmanos, por ocasição da criação de seu Estado, o Paquistão.
O elemento foi julgado e condenado à execução, mas nenhuma execução sequer viria a recompensar a perda de tão grandiosa alma. Perdeu-se Gandhi, mas sobretudo, perdeu-se, esvaiu-se, dentre seu próprio povo, a filosofia pela qual Gandhi deu a vida e suportou, com resignação, todas as provas a que foi submetido. Ah, e até hoje, hindus e muçulmanos, "vez em quando" voltam a se engalfinhar...

A ilustração do post de hoje vem a retratar algo improvável; jamais, em vida, Gandhi calçaria um tênis importado, chega até a ser um pecado!

O episódio de que trata essa propaganda, é a marcha do sal. Todo esse percurso mencionado, Gandhi desenvolveu à pé, durante o qual, multidões a ele se aglutinaram, até que atingiram o litoral do país, e lá, à beira do mar, "fabricaram seu próprio sal", atividade proibida pelas autoridades inglesas. Como consequência dessa desobediência civil, Gandhi, como de costume, foi recolhido à prisão, e um sem número de indianos sofreu, sem revidar, agressões físicas por parte dos soldados a serviço da coroa britânica - uma covardia que maculou mundo afora a imagem dos ingleses e contribuiu, em muito, para obtenção da liberdade indiana.

domingo, janeiro 25, 2009

Turistas




Tava de bobeira, correndo o controle remoto, quando num dos Tele Cine, anunciava-se a próxima atração: Turistas - o filme.
Confesso que, sem dar muita importância, na época do lançamento do filme, li alguns comentários a respeito. Pelo que recordo, vozes se levantaram em protesto, alegando que a película avacalhava ainda mais a má reputação que gringo tem do Brasil e do brasileiro nas terras além-mar.
Por curiosidade, me ajeitei na poltrona e esperei para ver.
Pelo que entendi, o filme começa com os turistas indo para Recife, num ônibus rotulado de "Rapidão" que mais parece aqueles veículos que usam para transportar bóias-frias.
O motorista é um cara estúpido, de maus modos, que atola o pé no acelerador e enfia o dedo no nariz - um porcalhão.
Em dado momento, o ônibus tenta uma ultrapassagem perigosa que culmina num acidente sem vítimas, exceto o veículo, que acaba rolando ribanceira abaixo.
A partir daí, os turistas vão parar numa praia super sinistra, rodeada de mato por todos os lados, sem nenhum sinal de civilização.
Não existe nenhum nativo branco, exceto o médico vilão da história, que é o mais bem apessoadinho, cuja peculiaridade é um humor do cão, pois ao menor sinal de irritação, ele espeta os comparsas no olho.
No cenário, nada mais que um ambiente sombrio e inóspito, que mais parece uma floresta, ou coisa do tipo. As pessoas, suspeitas, maioria de pele escura, malandras, e selvagens, quase uns aborígenes.
Não há sinal de construções, de prédios, de trânsito caótico, de orelhões, veículos, nem de posto policial.
Os turistas são vítimas do famoso "boa noite Cinderela", furtados e metidos numa emboscada, cuja intenção é a retirada dos seus órgãos, pelas mãos do médico duvidoso, que acredita assim estar equilibrando a relação colônia versus exploradores.
Em suma, trata-se de um verdadeiro filme de terror! Uma atmosfera sombria mesmo!
Minha mãe, inadvertidamente, ia atravessando pela sala quando presenciou uma cena, digamos, desprovida de qualquer sinal de beleza e poesia, quando disparou: "_Eu não sei como vocês assistem uma coisa dessas! É por isso que de noite esse daí nem dorme." (referindo-se ao meu irmão). Não me contive e caí na gargalhada.
No desenrolar do filme, um dos vilões muda de idéia e resolve ajudar os mocinhos, ou melhor, os turistas, a se safarem do bicho-papão que deseja arrancar-lhes as entranhas, e durante a empreitada, acaba ele mesmo - o vilão convertido - por perder a vida.
No fim, de uma penca de turistas, restam apenas 3 para contar história, e o pior de tudo ainda está por vir: dão a entender que no Brasil sequer existe aeroporto. Os turistas decolam para Salvador numa espécie de bimotor (desses que qualquer dupla sertaneja com o mínimo de fama tem) que chamam de "avião". Ah, o lugar de onde é feita a decolagem, é um naco de terra cercado de mato.
Nisso, o filme termina com um dos sobreviventes, devidamente embarcado, olhando para a selva como quem diz: "Ufa!"

Minha opinião sobre?
Acho que ela já está exposta acima. Moramos numa terra semelhante àquela descoberta por Cabral, há mais de 500 anos, somos primatas (a evolução da espécie ainda não nos brindou), carnívoros e perigosos!
Sendo só, despeço-me. :)

domingo, janeiro 18, 2009

Caminho das Índias

Eu tinha tanta coisa em mente p/comentar hoje, desde uma curiosa notícia que li, sobre a venda no E-bay de um garrafa contendo o "ar respirado" pela Madonna - se não me engano, num show em Moscou - até o cessar-fogo entre Israel e Hamas que já foi rompido, horas depois de seu início.
Mas, alheia a todos esses fatos, sexta-feira, logo depois do último capítulo da saga de Flora, esperei o Globo Repórter que seria sobre a Índia.
Quem me conhece um pouco, sabe que tenho especial atração pelas culturas orientais, desde sempre, interessantíssimas, enfim...tudo o que se localize do outro lado do muro (no quintal do vizinho - nem tão avizinhado assim) me desperta curiosidade. Portanto, em razão de uma série de fatores, tais como a influência do Globo Repórter, o ínício da nova novela da Glória Peres (Caminho das Índias, se não me engano - o que em nada tem a ver com o título do meu post), e até mesmo, a minha própria curiosidade e desejo de conhecer um pouco mais da cultura indiana, optei por registrar o assunto de hoje.

Partindo do princípio, sempre tive muita curiosidade sobre o Rio Ganges e quando lia sobre ele, era muita citada a poluição de suas águas, e me intrigava o fato de mesmo assim, aquela multidão de pessoas ser atraida para os banhos coletivos, se não me engano, no mês de fevereiro. O que de tão especial havia naquelas águas?

Quando assisti a chamada do Globo Repórter sobre o tema do programa, empolguei-me, mas o sono começou a me vencer e acabei vendo o programa, mas à prestações; uma parte na sexta à noite, outra no sábado, pela Globo News e mais um pedaço no próprio site do programa.
Achei que falou-se muito superficialmente de tudo, apenas a ponta do iceberg, mal deu para sentir o gosto da Índia, pois muito mais ricos e detalhados foram os retalhos que acabei colhendo durante minhas pesquisas internet afora.

Empolguei-me, sai digerindo tudo o que via pela frente, e com sorte, encontrei uns blogs, espécie de diários sobre viagens feitas à Índia, nos quais detive-me por longos períodos, estou muito interessada, pois além da minha curiosidade natural por este lugar, quem sabe, futuramente, eu possa a vir visitá-lo, sendo assim, desde já, estou acumulando informações que poderão ser-me úteis.

Há muito o que se falar da vasta Índia, mas inicialmente, tratarei da cidade de Varanasi, uma das mais importantes, que foi visitada pelo repórter Francisco José, natural de Crato/CE - que há muito não via nas telas.
Foi em Varanasi também que o casal de irmãos, cuja viagem pela Ásia estou acompanhando via internet, visitou o Rio Ganges e relatou todas as impressões que por lá tiveram.
Estive também no blog de um repórter, cujo nome não recordo, que também citou este mesmo ponto, ou seja, a passagem do Ganges por Varanasi.
Bom, se eu continuar citando todas as minha fontes, a descrição vai acabar ficando confusa, então, vou fazer um resumo das informações mais importantes que recolhi, e sinceramente, depois de tudo, estou repensando meu desejo de visitar a Índia, pois não sei até onde terei estômago não só para as comidas, como para todo o resto.

Maior parte da população é de religião hindu e grande parte fala o inglês.
Depois de ler vários relatos, me veio à mente a lembrança de uma viagem que fiz a Juazeiro do Norte, no Ceará, à estátua do Padre Cícero. Quando acabamos de "aportar", um enxame de crianças nos abordou pedindo dinheiro, não nos davam sossego.

Na Índia, se pede a todo momento. Quando notam que você é turista (tarefa extremamente fácil), te cercam e tentam te explorar de todas as formas, mas em contra-partida, parecem ser um povo super simpático, quando não há relação de comércio em questão. Explico: os principais meios de transporte são os veículos motorizados, e outros, de tração humana. Segundo os relatos, os motoristas de tais veículos, se amontoam sobre os turistas, oferendo seus serviços e todos falando ao mesmo tempo e muitas vezes, aliás, na maioria das vezes, pedem um preço abusivo pelas "corridas".

O trânsito é caótico, e pelas vias circulam, além de carros, veículos de aluguel, bicicletas, pessoas e os animais, como elefantes, dromedários, vacas, enfim...um forfé completo.

Referindo-me novamente aos relatos que colhi, uma forma muito comum de seguir viagem é através dos tréns. Há vários tipos de acomodações, das mais simples às melhores. Os relatos que acompanhei eram de estudantes que procuravam manter o mínimo de conforto, tentando sempre evitar os vagões destinados às classes mais precárias. Segundo os mochileiros, os aposentos de dormir são minúsculos, beliches e treliches para todos os lados, baratas a perder de vista, indianos de todas as idades arrotando a todo momento, e muito cuidado com as bagagens, que ficavam o tempo inteiro amarradas ao pé da cama com corrente de bicicleta (hahahaha).
Achei interessante o relato da ída ao sanitário, tiraram até foto para ilustrar, pois o vaso não tinha fundo, os detritos vão ficando pelos trilhos mesmo.




Outro detalhe curioso é que os indianos não bebem encostando a boca nos utensílios, por acharem-lhes impuros. Os mochileiros faziam o mesmo, mas não pelos mesmos motivos, e sim por nojo, pois, estou certa de que higiene é artigo de luxo naquele país.
Nos restaurantes (não sei quanto aos mais suntuosos, mas quanto aos acessíveis), o garçon pega o alimento com as próprias mãos para servir no prato do comensal. E abro um parênteses aqui para frisar algo que me escandalizou :- na Índia, papel higiênico é outro artigo de luxo, eles fazem a "higiene" com a mão esquerda, e a direita usam exclusivamente para se alimentar (imagine quem trabalha com alimentos; é preciso usar as 2 mãos concomitantemente!).
A culinária indiana é afeita à pimenta, é pimenta demais em tudo (acho legal, porque adoro pimenta, mas imagino que eles a consumam em doses cavalares).

Nos hotéis onde os mochilheiros estiveram, mais baratas, muita falta de higiene, água fria nos chuveiros e pouco caso dos funcionários.

Nos mercados e nas ruas, disputa entre os comerciantes, o turista é literalmente pego no laço. Àqueles motoristas de veículos de aluguel, parece que é paga uma espécie de comissão para que indiquem certos destinos, portanto, se o turista bobear, acaba indo parar nas lojas, restaurantes ou hotéis mais caros, é preciso ficar atento o tempo inteiro.

Num dos restaurantes, notaram a presença de 2 menus, 1 em inglês (para os turistas) e outro em hindi (para os nativos), sendo que o cardápio para turistas sugeria o triplo do preço, o que gerou uma discussão dos mochileiros com o gerente do estabelecimento; não se deixaram passar por bobos e exigiram a restituição das rúpias pagas a mais.
Conclui que na Índia, em relação ao turista, o povo é bem malandro e isso me deixou muito receosa. Fiquei impressionada com outro caso: os mochileiros estavam observando uns macacos e um indiano velho se aproximou, ofereceu uns biscoitos para que os estrangeiros pudessem atrair para mais perto os bichos, e depois disso, estendeu a mão, pedindo dinheiro. Que povo mais pedinte e mais mercenário! Os mochileiros deram qualquer trocado e velho fez cara de quem não gostou.
Percebi também muita miséria em tudo, muito pouco asseio, uma coisa medonha de se ver (e olha que nem vi ainda).

Mas, como eu disse mais acima, o indiano é muito simpático. Não podem ver uma câmera de filmagem ou fotográfica que lá estão eles, querendo ser coadjuvantes. Num dos relatos, os nativos pediam para tirar fotos com os turistas e noutro caso, uma senhora puxou pela mão um dos mochileiros para apresentar-lhe toda a sua família. E nisso, eles não dão sossego, é indiano pedindo dinheiro e querendo sair nas fotos o tempo inteiro, me senti exausta apenas de ler os relatos.
Importante dizer que há guardas por todos os cantos e a produção de fotos e filmagens é restrita em certos pontos (próximo aos rituais de cremação, por exemplo). O pessoal da Rede Globo teve que formular N solicitações para um tudo, deu-me a impressão de uma burocracia sem fim, foi até citado que eles "adoram carimbos".

Bom, post extenso é coisa para poucos e ávidos por leitura, mas como não tenho pretensão de público, desejo apenas deixar aqui meus registros para minhas próprias consultas, continuo seguindo, mas já um pouco cansada, motivo pelo qual pretendo finalizar em breve este post - o que não implica que o assunto "Índia" esteja encerrado neste sítio.

Para fechar com chave dourada, o Ganga, ou Ganges, o extenso rio que nasce nas geleiras do Himalaia.
Consultei várias fontes e todas trazem um número divergente no que diz respeito à sua extensão, coisa entre seus 2.500 km.
Para os indianos, as poluídas águas do Ganges são sagradas, é preciso banhar-se nelas, para se ver purificado dos pecados.

Dias atrás, o "Lawrence Waba" (entre aspas, pois não tenho certeza da escrita correta), estava no Faustão, falando de uma viagem feita à Índia, na qual ele filmou um templo dedicado ao culto aos ratos. Uma coisa de embrulhar o mais robusto dos estômagos. Naquele templo, em particular, os ratos eram tidos como sagrados e fervilhavam por todos os cantos entre as pessoas. O Lawrence falava: "Dava para ver que eram ratos sujos, de rua.." Mas eles estavam ali, com os humanos, inclusive, o zelador do templo bebia água da mesma tigela que eles. Citei esse particular para reforçar ainda mais a má impressão que tenho dos indianos no quesito higiene, pois eles não se preocupam em nada com doenças que possam ser transmitidas através da falta desta que é tão apreciada em nosso mundo ocidental.
Voltando ao Rio Ganges, eu já sabia que a água era poluída, e que até cadáveres eram lavados ou atirados no rio, mas fiquei ainda mais chocada com alguns relatos que li de mochileiros. Pessoas e bichos se lavam na mesma água onde detritos industriais são despejados, cinzas e restos mortais são atirados, roupas são lavadas e até higiene bucal é feita, porque até os dentes eles escovam nas margens do rio.

Reparem na foto, o homem à direita com um escova de dentes e o sujeito à esquerda, todo ensaboado:- (Para melhor visualização, clicar na foto)



E aqui, abro mais um parênteses para fazer distinção entre os mortos que são lançados nas águas do Ganges. É comum ver os corpos sendo queimados, envoltos em panos cor de laranja. No fim, as cinzas são peneiradas, dali retiram as jóias que adornavam o morto, e o que resta pertence ao Ganges. Mas nem todos podem ser cremados. As crianças, mulheres grávidas, animais, pessoas sagradas ou aquelas picadas por cobras (também consideradas sagradas) devem ser amarrados a uma pedra pelos pés e assim, lançados na água; estão probidos de alimentar as fogueiras.
Interessante citar que: -
às vezes, os nós se desatam e os corpos acabam vindo à tona;
durante o ritual de cremação, apenas a permanência dos homens é permitida;
não há odor algum de corpo queimando, apenas cheiro de fumaça e lenha (pois a fogueira é acesa com um fogo sagrado, que evita o cheio de churrasco humano)
parece-me que essas pessoas que se banham nas imundas águas do Ganges não adoecem sequer de resfriado. Será o poder da fé deles???

Na foto seguinte, mulheres oferecendo velas acesas ao rio.




Quero terminar o post com essa pergunta no ar (Será o poder da fé deles???), mas não sem antes citar um fato engraçado, relativo à água do Ganges. Num dos relatos que li, os turistas pediram uma garrafa de água e o indiano que a vendeu fez questao de abrí-la. Insistiu mesmo! Foi quando perceberam que o fundo da garrafa estava amassado e que o lacre havia sido rompido, dai pensaram que se a garrafa já houvera sido aberta, seu conteúdo devia ser água da torneira, consequentemente, das enxurradas que lavam as ruas (imundas e repletas de bosta de vaca e de toda sorte de animais que convivem entre os humanos) e correm para o Ganges, e água do Ganges, jamais!! (me diverti sozinha lendo isso, pela malandragem do indiano querendo vender uma garrafa violada e pelo medo dos turistas da água poluída.

Bom, SENDO SÓ para o momento, despeço-me por aqui, deixando claro que continuo devorando informações sobre a Índia, assim como, mesmo um pouco amedrontada e acreditando ser um desafio para um ocidental visitar um país tão exótico, a chama da curiosidade continua me queimando.

(Aproveito a ocasião para convidar o Vi a embarcar comigo nesta aventura, num futuro não muito distante. Será que ele aceita?)

quarta-feira, janeiro 14, 2009

St. Barbie



Bom, deixa eu tomar um fôlego - estou moída.
Cheguei há pouco da academia, tomei um banho, ainda estou em jejum, e, como de costume, para prolongá-lo, resolvi escrever antes que a novela comece.
Já terminei de montar meus novos treinos, aliás, terminamos - eu e o "teacher" - e posso dizer que fiquei satisfeita e hiper cansada, porque não me restou nenhuma moleza.
Comecei a construir essa postagem hoje cedo, no meu trabalho, mas a certa altura, foi impossível continuar, tive que atender um casal que chegou acompanhado do seu advogado "cri-cri" que pretendia ser esclarecido sobre umas dúvidas relativas ao contrato de locação, mas em muito me espantou o fato de que sequer ele me permitiu abrir a boca para responder às suas questões. O infeliz não parava de falar. Percebi que ele não sabe ouvir o que as pessoas tem a dizer, e para arrematar, ficava tentando me impressionar alegando que o Código Civil diz isso e aquilo - como se eu fosse alguma tola.
Fiquei só observando, sequer mencionei o fato de que, se bobear, eu entendo mais de Direito Imobiliário do que ele, apenas pela prática. Mas, para não contrariar "a criança", não troquei qualquer argumentação naquele momento, até porque seria necessário consultar o jurídico da empresa. Limitei-me a observar a postura do sujeito. Fico besta de ver como advogado quer sempre dar uma de mais sabido e mais esperto pra cima dos outros.
Falo com conhecimento de causa, cursei direito, mas não simpatizo com esse pessoal que gosta de se valer do fato de saber um pouco mais de legislação para tentar se impor a qualquer custo. Tenho uma visão romântica das coisas, inclusive do Direito, pois se em qualquer tempo eu resolver exercê-lo, acredito que me sentiria plenamente realizada defendendo as pessoas ignorantes, marginalizadas, e que não tem quem berre aos 4 ventos por elas.
Para ser franca, acho que Defensoria Pública seria o ideal.
Acabo de perceber que a novela começou, portanto, vou acelerar com isso e deixar para me estender em outra ocasião, mas não sem antes falar do Mark Ryden, pintor do quadro em questão. Trata-se de um artista dos Estados Unidos, cujas obras despertam interesse pela estranheza. Sou fã do homem, apesar das pessoas mais delicadas não acharem qualquer graça na quantidade de pedaços de carne, sangue e objetos pitorescos que povoam suas obras. A postada, é uma das mais graciosas que consegui achar, às carreiras, embora não seja a minha predileta.
Mark é vivo e se não me engano, tem uma exposição em andamento no Japão.
Se por aqui aparecer alguém entendido na pintura, por favor, me responda o que está por trás da figura desta inocente criança, de mãos postas para a Santa Barbie, desnuda, pairando sobre uma nuvem.
Mark se utiliza de alegorias para transmitir suas mensagens e confesso que em muitas obras, é difícil entender a metáfora implícita, portanto, peço ajuda aos universitários.
Eis aqui o link da página do artista, caso haja algum interesse em conhecer demais obras: http://www.markryden.com/
Bisous

sexta-feira, janeiro 09, 2009

2009 sarado sim, mas, saudável ainda mais!


Confesso que não me ocorre nada o que postar, mas resolvi fazê-lo por 2 motivos: a revolta da LU contra a ditadura da beleza magérrima e pelo fato de eu estar embromando aqui enquanto o tempo passa. Explico: preciso embromar para comer minha frutinha, derradeira refeição do dia, uma vez que hoje mesmo, meu professor de musculação me confidenciou que quanto mais se prolonga o jejum após o treino, mais se gasta calorias e até se consegue uma diminuição de massa muscular (o meu desejo). Sendo assim, estou tentando seguir à risca as sábias orientações do mestre.

Agora vamos ao caso da Lu. Visitei o seu blog, como de costume, e fiquei besta com a revolta dela em virtude da sua briga com a balança. Ah, maldita ditadura da magreza, quantos transtornos, hein? Ocorre que estou com uma preguiça sem medida de enumerar aqui, novamente, todos os motivos que expus pra Lu, coisas que se deve considerar antes de rotular alguém como gordo ou magro. Ser gordo ou magro é um contexto onde a saúde deve ter seu espaço preservado - inclusive a saúde mental.

Esses dias eu estava assistindo o banal "American Next Top Model". Uma dúzia de meninas, cada uma mais esquelética do que a outra, competindo para ver quem se saia melhor nas provas a fim de ser eleita "a tal". Em meio às preparações, a mestra delas, uma famosa top, cujo nome lê-se "Tira Banks" (acho), determinou que elas realizassem uma série de performances, sendo que algo muito me chamou atenção. Em determinado momento, devia-se agachar de costas para um espelho e depois, levantar, sexy e graciosamente. Uma das meninas, magra de doer, mal tinha forças nas pernas para conseguir realizar o movimento de subida. A tal de Tira então comentou que aquela modelo a preocupava, pois estava magra, mas não EM FORMA. Eis aí um ponto importante, estar magra, dentro dos padrões estéticos, não significa estar saudável, ou gozando de plena forma física.

Noutro momento, mais adiante, as modelos foram levadas a um local onde participavam de um clip daquele filho cantor do "Rúlio Iglezias" (foi de propósito). Novamente, ocorre um incidente, quando depois de horas de gravação, em jejum, uma das meninas desmaia e é preciso chamar uma ambulância. Isso lá é vida?! Viver tombando pelos cantos, sem força para sequer se levantar do chão, sem energia, apáticas, servas de um estereotipo, de um ideal de beleza que as escraviza...Bom, cada macaco no seu galho. Há que se levar em conta os prós de ser sub-nutrida, especialmente quando a magreza acontece mesmo quando se come feito comeria um africano de Serra Leoa frente a um banquete, mas, você, eu, e quem mais, todas e todos nós que não nascemos com 1.80m e nem pesamos 40kg, vamos procurar uma vida sadia, pautada pelo objetivo do bem estar. Obesidade não, mas, ditadura da magreza, MENOS AINDA!

Hoje, estou postando a foto do meu professor,Rodriguinho, para deleite de quem se apetecer. (Deus queira que ele jamais descubra esse blog). Ele é uma cara muito bacana, e essa marra da foto em nada condiz com a pessoa super profissional e extrovertida que escolhi para me ajudar na troca dos treinos, e modéstia à parte, escolhi o cara mais qualificado, sei disso.

BISOUS E HASTA LA VISTA!