domingo, dezembro 17, 2006

ricky martin - volveras (unplugged)

Minha definição de perfeição

Eu devia ter lá uns 7, 8 anos, um pouco mais, e o acesso à TV era restrito, certas coisas não me deixavam ver, mas o importante era que eu acompanhava cada aparição dos Menudos, e quando ficava só em casa, improvisava uns figurinos bregas e imitava toscamente a coreografia. Tinha camisa, broches, revistas com fotos, enfim. Eu era criança e boba, mas quando eles surgiam me contagiavam com sua presença de espírito e beleza, enfim, eu babava pelos Menudos. Lembro até de uma ocasião, logo que minha mãe me presenteou com uma camiseta vermelha dos Menudos; fiquei radiante, e não sei o que me agradava mais: admirá-la ou vesti-la. Mas certa tarde, com boa fã que era, vesti a peça e fui à missa com minha mãe. Como chegamos cedo, fiquei no pátio da igreja dando umas voltas, quando de repente uma pequena multidão de meninas se acercou de mim, feito abelhas no mel, sedentas por saber onde eu havia comprado a camiseta dos Menudos (senti uma satisfação imensa por ser uma das pioneiras, mas não fui capaz de omitir-lhes a fonte), e depois disso, pensei: se rodearam a mim por causa de uma simples camiseta, imagine como assediam a eles... Mas o tempo passou, o grupo se desintegrou. Em muitas ocasiões, saudosamente, lembrei deles, até que uns anos atrás eis que como uma fênix, resurge Enrique Martín Morales. Como explicar a sensação que tive ao assistir às suas apresentações? Algo hipnotizante, estranho, tamanha beleza era como um imã que não permitia fosse desviada a atenção, tanto charme, um sorriso lindo, convidativo, simpático e cativante...Aquele corpo que se movendo fala - sim, ele fala com o corpo, com os gestos, cada movimento gera um suspiro...Enfim, a princípio, achei Ricky Martin um homem extremamente belo – na verdade, o mais belo de todos, mas nunca fui fã de suas canções, sequer nutria interesse por conhecer melhor seu trabalho solo, até que sexta-feira passada assisti ao “Ricky Martin MTV Unplugged”. Novamente, me faltam palavras para descrever, posso limitar-me a dizer que ele surgiu com umas tatuagens novas nos braços e ainda mais lindo, atrativo e cativante do que nunca, e não é apenas isso, mostrou-se um ótimo intérprete, uma voz gostosa de se ouvir, meio sussurrante, mas no tom certo, na sintonia perfeita capaz de contagiar, de fazer sentir algo semelhante à sensação de se estar numa barca viking no auge do balanço, sei lá...Crítica de música, claro que não sou, como costumo dizer, sou uma experimentadora, sinto as sensações que as coisas me provocam e então, as classifico como agradáveis ou não. Assisti desde o making off do acústico, até o último segundo do show (num volume ensurdecedor) e totalmente absorvida pela energia que a presença daquele homem emana. A banda - um show à parte, espetacular a estrutura montada em torno do cantor. O show é aberto com uma música do Legião Urbana, se não me engano, “A via láctea” e segue-se com uma alternância entre baladas mais tranquilas e sons mais dançantes, ornados com uma profusão harmônica dos mais diversos intrumentos, tais como “La bomba”, “Maria”, enfim...É claro que já pirateei o contéudo, porém, pela segunda vez na vida (a primeira deu-se quando comprei o CD da novela “O Clone”, repleto de músicas árabes, as quais muito me agradam), estou certa de que vou adquirir o DVD do acústico, é um dinheiro bem empregado. E você caro leitor, se porventura tiver intenção de me presentear neste final de ano, aceito de muito bom grado um “vale Ricky Martin MTV Unplugged” – claro, um vale, pois acredito que o produto ainda não esteja disponível para venda. Enfim, além de ter se mostrado (como de costume, e literalmente) um showman, Ricky ainda fez questão de divulgar, logo de início (imagem protejada no chão durante a primeira música) a fundação que mantém, instituição esta que apóia crianças mundo afora no resgate de sua cidadania e dignidade. O que dizer desse cara? Novamente, me faltam palavras, ele é nada menos que perfeito! Claro, não o conheço pessoalmente pra dizer com prioridade, mas é esta a sensação que tenho dele, é isso que ele transmite, uma coisa tão boa e agradável...Eu sei, têm muitos criticos que rotulam sua interpretação de “suck”, o que é lastimável, pois é evidente a qualidade deste último trabalho - pelo menos, pois não conheço bem os anteriores – apesar de há muito ser sua fã, enfim, admito que sou tiete, sou fã mesmo de Ricky Martin, e dai? Acho que é a sensação de nem saber descrever o que você sente quando vê seu ídolo no palco que caracteriza um fã, um fã tem vocabulário modesto pra descrever seu ídolo: perfeito...
Anexo, o vídeo de uma das canções que mais me emociona, confesso que assistir a isso mexeu comigo, transborda sentimento, como coisa cantada como a alma. Como o próprio Ricky comentou durante o making off “é uma apresentação ao vivo, algo feito com a alma, haja vista os músicos atrás dos instrumentos”, e acrescento, aliados à sua presença sempre marcante, que contagia. Será que um dia ainda desembarco em Porto Rico?

sábado, novembro 11, 2006

Scorpions and Berlin Philarmonic Orchestra - Moment of Glory

Música de hoje - O Klaus Maine é voz ímpar!
Foto acima: Imagina, o perfume de hoje.

Hoje, absterme-ei de escrever sobre outrem, quero descrever parte do meu dia.
Acordei por volta das 9hs30min, detive-me alguns instantes até sair, conversando sobre amenidades com minha mãe, na cozinha, e por fim, ganhei a rua. Guinei p/ a direita, e fui direto à farmácia de manipulação, pois estava muito interessada em certas cápsulas aceleradoras de metabolismo. Cheguei lá por indicação, e apesar de acreditar que o rapaz estava me ocultando o produto mais potente (e por isso mesmo, proibido), ele ainda me fez e gentileza de ceder meia dúzia de cápsulas a título de experimento. Guardei-as na bolsa, satisfeita e com gosto; segunda-feira começo a ingeri-las. Saindo da farmácia, subi ao banco; precisava imprimir um talão de cheques. Feito isso, dirigi-me a determinada loja na procura de duas camisas de algodão, que prontamente encontrei. Ato contínuo, tomei o rumo da loja de perfumes. Acabei me rendendo ao cheiro de um tal de “Imagina”, fabricado na Espanha (segue a descrição do perfume:-Floral, amadeirado e ambarado, Imagina chega para deixar a vida mais sonhadora e misteriosa. Esta fragrância é composta por uma saída fresca e luminosa, seguida de um corpo floral mágico e sustentada por um fundo amadeirado e ambarado. Sua composição é à base de mandarina verde, pimenta preta, botões de laranjeira, cassis, magnólia, flor de lótus, bromélia, violeta dos alpes, madeiras leves, almíscar transparente e âmbar branco. Com um aroma e design tão envolventes, atrai todas as mulheres alegres, vibrantes e encantadoras - atenção nesse grifo), e como não podia deixar de ser, não saí sem o Lolita Lempicka e Bulgari Black (ah se os homens soubessem como esse perfume – que tem um fundo de chocolate, é simplesmente delicioso...). Bom, desfalque em andamento, eu ainda precisava passar no Mercado Municipal p/ comprar uma encomenda da minha mãe, pastel de carne. Entrei, e imediatamente, vieram-me à mente as memórias da infância, quando aos sábados, minha mãe nos levava até a tradicional banca de pastel, onde eu religiosamente consumia o de sempre - pastel de queijo com guaraná, e achava aquilo uma verdadeira delícia (e ainda é), mas antes disso, estive numa banca de grãos, onde curiosa vendedora me atendeu. Chegando lá : _ Aqui tem grão de bico? Uma mulher clara de cabelos castanhos, curtos e lisos apontou com o dedo: _Tem! Perguntei o preço, pensei um bocadinho se levar meio quilo não seria mais adequado, pois esse tipo de grão demanda tempo extra para cozimento e minha vida prática não costuma esperar, mas por fim, eu disse: _Quero 1 quilo! Ela veio de lá e aproveitei pra interpelar pelo preço do feijão comum (que girava em torno de R$2,00 a R$ 4,00 a menos), sendo assim, eu curiosa: _ Mas você sabe dizer por que o grão de bico é tão mais caro que o feijão, qual o motivo disso? A mulher tencionou responder: _ Ahhhh ééééééééééé, o grããããããão dededededede biiiiico é importado... (Daí percebi que tratava-se de uma gaga, até aí tudo bem, mas ela começou a corar – nem sei por que), e continuou: _O feeeeeeeeeeeijão mamamamamamamamais caro é quequeque não dáááááááá mais safra...Ela se esforçava para explicar, enquanto desviava o olhar,e eu fitava atentamente seu rosto, que de branco estava vermelho, e juro que por um instante achei que ela estivesse à beira dum ataque epiléptico, tive sério receio disso, Jesus! Eu não tenho nada contra os gagos, mas enquanto falava, a mulher corava, era notável seu nervosismo, ela se atrapalhava ao falar, a explicação demorava a ser concluída e eu fiquei agoniada com aquilo, com medo dum surto (tenho medo de epilépticos). Acho que eu quis rir, mas contive-me porque notei o quanto a gaga estava constrangida; paguei e sai. Procurei a banca das frutas e escolhi umas uvas que depois vim a descobrir que não eram lá tão doces, mas ok, nada que um pingo de adoçante não resolva. Por fim, estava na banca do pastel, estar ali era como voltar ao passado, aos meus tempos de criança (os olhos até marejam de lembrar). Infância que não foi das melhores, era um tempo difícil, devido à linha dura do meu pai, que nos limitava todo e qualquer tipo de farra, mas mesmo assim, tinha desses pequenos prazeres inesquecíveis, como comer aquele pastel quentinho e acreditar, pelo menos por cinco minutos, que a vida era legal e tão saborosa quanto um salgado frito. Não que ela não seja, é que minha infância era meio amarga, devo isso ao meu pai. Terminei minhas obrigações no mercado e subi pra casa. Notei que ainda faltavam mais algumas compras e corri ao magazine, onde acabei gastando mais R$ 50,00, sendo que deste total, uns 60% na verdade, não se tratavam de itens necessários. Mas, do que vivem as pessoas senão de supérfluos e de pequenos caprichos que ajudam a tornar o sabor das coisas um pouco mais doce? Bom, falência concluída com êxito, fiquei feliz por estar com um estoque respeitável de perfumes; praticamente falida, porém, uma cheirosa em potencial. Agora estou em casa, terminei de baixar o segundo capítulo de LOST (diga-se de passagem, gostei bastante do primeiro – relutei pra aderir ao LOST porque no fundo eu não queria ficar cativa de mais um seriado, pois já me bastava a ansiedade de ter que esperar meses por novas temporadas de Smallville, mas acho que não consegui resistir...mas, tudo bem, a pirataria tem me dado uma mão e enquanto eu conseguir baixar os vídeos sem custo...)
Acho que escrevi o bastante por hoje, vou deitar e tirar uma pestana.

domingo, outubro 22, 2006


Loquei uns filmes, e os lançamentos estão “pela hora da morte”, pois acho um absurdo gastar semanalmente a quantia em média de R$ 30,00 com esse tipo de lazer, mas, discussões de ordem econômico/financeira para outra ocasião. Mean Creek, eis o título do filme que mais me agradou. Explico: - Trata-se da história de uma pequena vingança. George é um garoto gordo, problemático e repetente na escola, que tem o hábito de ser agressivo com os colegas. Logo no início, ele agride o irmão do Macauly Culkin (é, um pequeno garoto parecidíssimo com o pirralho de “Esqueceram de Mim” é um dos protagonistas, e na verdade, irmão do dito cujo). Sam, a vítima, conta para o irmão mais velho e assim, juntamente com os amigos deste, planejam uma vingança contra o gordinho histérico, que consiste em ludibriá-lo e a troco de participar dos festejos por ocasião do aniversário de Sam, convencê-lo a acompanhá-los num passeio de barco (no qual a vingança seria posta em prática). George (o gordinho),é convencido facilmente e até oferece uma pistola d´água de presente para Sam (pois trata-se do seu aniversário). Acontece que durante o passeio, o gordinho se mostra até amigável e digno de piedade, pois não passa de um bobalhão com dificuldades de aprendizado. Bom, no decorrer da história, descobre-se que um dos garotos é criado por um casal de homossexuais (motivo suficiente para servir de troça e piadinhas), e que o pai do amigo mais velho do irmão de Sam era um bêbado suicida, provável motivo de amargura e rebeldia do rapaz. Na verdade, o filme parece uma história boba de crianças que vão passear, mas não, é o retrato da perda da inocência, do momento onde se deixa de ser criança pra assumir responsabilidades e consequências, inclusive cheguei a ler críticas internet afora que apenas contribuíram pra aumentar o meu desprezo por essas pessoas que não abrem as mentes às possibilidades, carentes de sensibilidade, acostumadas ao cinema caro e fabuloso de Hollywood. Mean Creek é uma produção barata, um filme alternativo, e um ótimo filme em se tratando de cinema americano. Crítica de cinema, claro que não sou, apenas me acomodo na poltrona disposta a ver com olhos além desses que estão pregados na cara, eu procuro perceber a verdade estampada nas faces dos atores, o modo como a continuidade do filme flui, os olhares que convencem, as caras e bocas que conseguem me comover e até fazer com que eu derrame algumas lágrimas, fique chocada com a brutalidade ou admirada com a sensibilidade das pessoas. Mean Creek é um filme bobo? Jamais, quem escreveu tamanha besteira não tem a mesma percepção de cinema que eu, que diante da tela, busco transcender a realidade, imaginar situações, compreender aqueles mundos que se abrem, procuro sentir o drama como se eu mesma fosse parte sua, e esse filme conseguiu extrair tudo isso de mim. Eu não posso contar mais detalhes sobre o filme, à exceção de que a trilha sonora é excelente, e de quebra, conheci o trabalho dos Gold Brothers, cujas canções enriquecem ainda mais o conjunto composto pelas ótimas interpretações. http://www.ethangold.com/mp3s.html ; eis aqui o link para “Our love is beautiful”, uma das músicas mais legais da trilha. Resumindo, é um filme premiado (Seleção Oficial do Festival de Cinema de Cannes e Seleção Oficial do Festival de Cinema de Sundance), merecida e indiscutivelmente.
“Sob a superfície, todo mundo tem um segredo”, eis a proposta estampada na capa do DVD, cujo título em português é Pacto Maldito (que em nada tem a ver com a história). A você, caro leitor, recomendo!

sexta-feira, outubro 13, 2006

Charlize - o monstro

...Na verdade, estava em busca de alguma imagem que me despertasse simpatia tal que seria a ilustração do próximo post (este, que eu não saberia dizer quando seria finalizado), e na minha procura, encontrei imagens de belas mulheres, no entanto, desfiguradas pelo fotoshop (era um site de montagens) que lhes havia transformado em deprimentes anoréxicas, mas mesmo assim, ainda permaneciam belas. Destaque para Charlize Theron; fiquei ali por alguns minutos observando as feições da atriz, e me perguntei: “Como pode ser tão bela?”. “Doce Novembro”, eis a primeira oportunidade em que prestei atenção à beleza de Charlize, desde então, ouvi críticas positivas a respeito de sua atuação como atriz, e dia desses, garimpando na locadora, achei um tal de “Monster – desejo assassino”, que dizia trazer Charlize no elenco. Procurei por ela (capa e contra-capa), e nada! Pensei comigo: “Mas cadê ela?”, e mesmo já durante o adiantado do filme eu custava a creditar que aquele ser do sexo feminino, desajeitado, de modos rudes, desfigurado e maltratado pela vida era a atriz de beleza hipnotizante. [Charlize sofreu verdadeira metamorfose ao compor o personagem, engordou 14 kilos – irreconhecível]. Monster baseia-se na história verídica da primeira serial killer norte-americana, morta em 2002, após passar 13 anos no corredor da morte. O filme é denso, nele Charlize interpreta uma prostituta que acaba se envolvendo e criando vínculo com uma lésbica, quando está prestes a dar cabo da vida medíocre e sem perspectivas, e para prover a companheira (mais jovem e desempregada), ela continua se prostituindo, mais que isso, passa a assassinar os “clientes”, logo depois que um deles a agride fisicamente (pra ser franca, preciso assistir novamente esse ótimo filme, visto que minha memória já começa a falhar). O fato é que embora Aileen (Theron) seja criminosa, não a julguei como uma, eu sentia o drama da mulher, à margem das oportunidades, que procurava sobreviver como podia, apesar das adversidades. Há uma passagem onde ela procura a redenção, ao arriscar encontrar um emprego “decente”, mas em vão, pois trata-se de um tipo estranho e sobretudo, não dispõe de nenhuma experiência, e com isso, Aileen é obrigada a voltar a vender seu corpo. Ah!! E antes que eu esqueça, a trilha sonora do filme é um capítulo à parte, as músicas foram muito bem escolhidas e são de extremo bom gosto (pelo menos pra mim, que há muito já as tenho – bendito Soulseek). Bom, esse post bem que merecia uma figura da linda e talentosa Charlize, mas não...decidi-me por não incluir fotos, pelo menos por hoje, pois, aleatoriamente, o WinAmp acabou tocando algo que me fez bem ouvir, essa música é muito bacana, de uma banda alemã, até então desconhecida minha - Wolfsheim, fala sobre uma cegueira, não necessariamente a cegueira da escuridão dos olhos, mas a cegueira como estado de escuridão da mente, e isso me remeteu a “Ensaio sobre a Cegueira” do Saramago, um dos meus prediletos...É isso!

segunda-feira, outubro 09, 2006

O comentário do comentário

Cultivo o hábito de visitar algumas páginas de cunho informativo (já que não acompanho com freqüência os jornais) e numa dessas, devido ao layout amigável do G1, acabei me afeiçoando ao site. Surpresa minha ao constatar dia desses que o Zeca Camargo, então apresentador do Fantástico, havia estreado um blog; claro que (por curiosidade), corri ler o que seria fruto das mãos de um jornalista até que bem simpático e informado (pelo menos até então). Confesso que apesar de bem escritos, os textos não despertaram em mim nada de extraordinário, são textos bem escritos, e vale a pena lê-los, haja vista a quantidade de besteira que se é obrigado a engolir nessa tal de internet (às vezes tenho medo de consumir tanto absurdo e começar a me familiarizar com eles – Deus me livre e guarde!). Mas, continuando, além de ler o Zeca, acabo dando uma olhada nos comentários do pessoal e notei que alguns revoltosos têm se insurgido e se mostrado insatisfeitos (ou seria o caso de terem interpretado mal os bem escritos do Zeca?), e nisso vêm acusando o jornalista em questão de pretensão em demasia. Como eu mesma frisei em meus comentários ao blog, desconheço o Zeca/pessoa e não disponho de argumentos para taxá-lo dessa forma tão hostil, mas não pude deixar de tecer minhas ponderações. Seguem os meus comentários (foram escritos no calor dos fatos e portanto, são informais) :-

Olá, Zeca, terceira vez que comento aqui (estou adquirindo o hábito de acompanhar o seu blog). Seguinte:- você se diz decepcionado com o fato dos parcos comentários sobre o livro que andou indicando, mas também pudera, você pincelou o livro e ficou girando em torno do Foguinho, ele se tornou um protagonista do seu texto. Você deveria ter dado ênfase ao livro, ter falado mais dele, ter se aprofundado, a fim de instigar a curiosidade dos leitores. Tudo bem, "você é novo no pedaço", quando estiver escrevendo, imagine-se como um leitor, perceba se o que você escreve realmente é o que será digerido por quem está lendo...
Já quanto a “Sagarana”, bom você ter lembrado, pretendo ler essa obra, logo que eu termine de me deliciar com as 561 páginas (só), de "Crime e Castigo". Quanto à lista do cantor supra citado, eu nunca fui sua fã, mas assisti ao Fantástico e se não me falha a memória, vi "Senhor dos Anéis" naquela pilha que você pegou nas mãos (sou fã do JR TOLKIEN, e de sua fabulosa imaginação), de qualquer forma, logo mais irei conferir a tal lista no site. Bom, e já que você fez questão de citar, vou pesquisar sobre a obra que você indica na analogia a "Cobras e Lagartos", se a história me parecer interessante, prometo que irei atrás do livro.
Quanto a essa sua preocupação em escrever textos longos em demasia, não mude (achei que apenas eu gostava de "encher linguiça"), escrever muito é bom, uma terapia...

Ah Zeca, tem mais uma coisa: notei que algumas pessoas andam te rotulando de "enjoadinho", de "metido a besta", de se achar superior porque tem (notadamente) mais cultura do que a maioria. Não te conheço a fundo pra saber o que dai procede, mas se realmente isso tiver um fundo de verdade, lembra-te de 2 coisas: 1) CULTURA não é sinônimo de sabedoria; 2) Num país onde educação é de nível lastimável, mais vale um ser ignorante, mas curioso em aprender, do que meia dúzia de almofadinhas, que monopolizam o que acreditam ser o conhecimento, e nisso acomodam-se a criticar os desafortunados, ao invés de tomar atitudes, como por exemplo, ter a generosidade de transmitir o pouco que se sabe (sim, o pouco, pois conhecimento não se mensura)...

domingo, outubro 08, 2006

Da vaidade (Ou da saga de Dona Jura)

Uma tarde meio nublada, do lado esquerdo da rua, era um salão, pequeno e modesto, as coisas estavam meio espalhadas (mas de uma forma estratégica), as cadeiras, de um azul com cara de enferrujado (próprio dos forros que precisam ser lavados), me deram um certo receio de estar ali sentada. Pelas paredes, folhas de revista, recortadas, coladas e descoradas, com belos modelos, que pareciam figuras em decadência, levando-se em conta o ambiente que povoavam. Comigo, eram quatro, sendo que eu só observava atentamente, enquanto duas trabalhavam e uma outra estava sentada, enquanto repartiam-lhe o cabelo. A que estava sentada era uma moça de pele morena, gordinha, mas simpática, de cabelo ruim, daqueles bem embaraçados, e havia química neles, da mais mal aplicada e ordinária que se possa imaginar (as manchas foram surgindo enquanto o secador e a escova trabalhavam duro). Era um cabelo curto, mas bastante maltratado.
E a “escova” começou. Fiquei atenta observando...A cabeleireira não teve muito trabalho com as primeiras mechas (que sempre são as da nuca e os melhores fios), mas logo senti que estava travando uma batalha com aquela cabeleira ressecada e feia. O cabelo era escuro e estava mal repleto de “luzes” mal feitas, cheias de falhas, de um loiro indefinido, apagado, vagabundo. Enquanto aquela juba era “alisada”, eu me divertia por dentro pensando comigo: “Como pode essa mulher dizer que sabe alisar um cabelo, e pior, como pode essa outra achar que vai sair daqui melhor do que entrara, se essa cabeleira rebelde insiste em mais parecer um ninho de pássaros, e quanto mais se “alisa” mais estranho fica?...”
Ato contínuo, ao pegar as mechas do meio da cabeça, o inconcebível atingiu o ápice, pois aquele cabelo era realmente o mais ressecado e ali se demonstrou, por provas, que a cabeleireira também não era das boas. Das mechas que eram secas, emanava um cheio nauseabundo de shampoo barato, daqueles que se compra aos galões, mas mesmo diante daquilo eu me divertia vendo “o circo dos horrores” representado naquela cabeça.
Sem mais delongas, a “escova” ia seguindo com bastante sacrifício, tive mesmo a impressão de que Dona Jura (a cabeleireira), por muitas vezes, pensou consigo mesma: “O que farei para amansar essa juba desgrenhada???” (e desesperada – pelas caras que fazia) . O fato é que Dona Jura não estava sabendo desempenhar as funções às quais se propunha e tive pena dela...Mas as últimas esperanças estavam sendo depositadas na “chapinha”, se ela (o verdadeiro ferro de passar e amansar cabelos) não resolvesse, podia entregar a Deus, que nada mais o faria.
Nisso, a ajudante de Dona Jura veio me atender, fazer minhas unhas, então sentei-me mais comodamente e continuei a observar.
Dona Jura já havia terminado sua batalha, e suas armas – o secador e as escovas, já descansavam ao lado, enquanto ela se munia da chapa, arma mais poderosa da qual Dona Jura poderia lançar mão. Sacou de um pente fino e começou a “passar ferro” no cabelo. Mecha por mecha, percebia-se que a rebeldia dos fios cedia um pouco, mas quanto mais seco o cabelo ficava, mas evidente era seu maltrato, a ressequidão, aquelas mechas claras e horríveis e mal feitas (era realmente feio de ver). Por fim, Dona Jura terminou, decerto, a mais dura batalha que precisou travar naquele dia – nem digo alisar, mas amansar a todo custo (e ainda com todas as limitações que se mostraram evidentes e não poderiam ser próprias de uma cabeleireira) aquela cabeça de cabelos castigados e mal cuidados. A chapinha estava pronta, o cabelo mal domado e feio – nem vou me dar ao trabalho de escolher uma melhor palavra para descrevê-lo, pois “feio” o faz bem...
Se vaidade for sair do salão pior do que houvera entrado, acho que não sou uma mulher vaidosa...

domingo, agosto 13, 2006

Tô ouvindo "Choram as rosas" - esse mundo tá perdido!


Domingo, dia dos pais - o meu não é exemplo pra ninguém, muito pelo contrário, tem justamente o perfil oposto de alguém que porventura venha a ser pai dos meus descendentes.
Penso que o pai exemplar é aquele dá o exemplo, e não castiga porque o filho erra, mas o faz por falta de um modelo no qual se espelhar;
O pai exemplar é o que semeia na certeza de colher os frutos da sua dedicação e cuidado e não aquele ausente, que estipula prazos nos quais venha cobrar aquilo de que não é credor;
É aquele que também sabe demonstrar suas fraquezas, ao passo que aprimora-se a fim de superá-las, que admite errar, como mortal que é, mas sabe que certos erros não precisam se repetir;
É o que dialoga, que discute, é didático, sabe convencer o filho através da sua sapiência, e que sobretudo, ensina-o a arte de ser forte, de se impor e de se fazer ser ouvido e respeitado no mundo predador...
Bom, não vem ao caso - porque sempre ouvi dizer que as pessoas dão aquilo que têm, sendo incoerente exigir de alguém mais do que tem a capacidade de oferecer – mas meu pai foi um fracasso e um tanto limitado, portanto, hoje é dia das mães (novamente).

Recado a alguém especial: - Aquele olhar, desde sempre me chamava, como quem diz:_ “Venha, aproxime-se e pague pra ver.”
Será que ele diz a mesma coisa pra todo mundo?
Bom, mas mesmo achando uma tarefa um tanto arriscada, acabei me aproximando e desenvolvendo um sentimento muito especial e único por aquele olhar, que às vezes se mostrava vagabundo, enganador, mas que em momentos de deslize, deixava transparecer algo bom e amável. Sei que minha espontaneidade argumentativa (que não mede conseqüências - ás vezes, que não dissimula, incisiva) o assusta, porque as pessoas, estranhamente, acostumaram-se a se camuflar e viver de “médias” e “políticas”.
Mas às vezes me pergunto: _“Será que ele sabe o que é ser importante pra alguém?” – porque tenho a impressão que não, quando me recrimina por eu sentir falta da sua presença.
Ah se aquele olhar soubesse do que eu seria capaz se eu imaginasse que ele valesse a pena!

sábado, julho 29, 2006

Simon Webbe - No Worries

Hoje é sábado. Normalmente sábado é um dia ensolarado, quente e cheio de promessas, mas hoje, excepcionalmente, e felizmente (há muito tempo que eu não acordava de madrugada e ficava ouvindo barulho de chuva), o céu é nublado, um vento um pouco frio desliza lá fora, a rua não parece convidativa, e mesmo assim, o sábado não deixou de ser promissor.
Em contraste com o clima lá fora, um vídeo de Simon Webbe, que há pouco tempo atrás era integrante de uma boy band inglesa - Blue, mas atualmente, segue cara solo e bem nutrido (hahaha). Eu simpatizo com ele e com a maioria das músicas do álbum, essa, em especial, traz uma mensagem não apenas pra um dia como hoje, mas pra cada momento em que nos pegamos sentados, à beira do caminho, exaustos e desmotivados.

sexta-feira, julho 28, 2006


Assim eu vejo a vida
Cora Coralina

A vida tem duas faces: Positiva e negativa
O passado foi duro mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições lutas e pedras como lições de vida e delas me sirvo
Aprendi a viver.
Conheci Cora Coralina por acaso, era um livro jogado ali, que por curiosidade, abri. Li alguns poemas e achei de uma grande sensibilidade, mais adiante, encontrei o envolvente e quilométrico “As tranças de Maria”, e desde então, Cora Coralina é um ícone para mim . Aprender a viver – será que em algum momento realmente a gente aprende? Será que aprender a vida é uma fórmula pronta? A mim, parece que não, é algo que precisamos reaprender a cada novo dia, mas uma coisa tem se mostrado infalível : - na escola onde se aprende a viver, ser forte, ser duro, sem sentimentalismos, é algo como a regra da conjugação dos verbos; ou você segue, ou fica tudo errado.