sexta-feira, outubro 13, 2006

Charlize - o monstro

...Na verdade, estava em busca de alguma imagem que me despertasse simpatia tal que seria a ilustração do próximo post (este, que eu não saberia dizer quando seria finalizado), e na minha procura, encontrei imagens de belas mulheres, no entanto, desfiguradas pelo fotoshop (era um site de montagens) que lhes havia transformado em deprimentes anoréxicas, mas mesmo assim, ainda permaneciam belas. Destaque para Charlize Theron; fiquei ali por alguns minutos observando as feições da atriz, e me perguntei: “Como pode ser tão bela?”. “Doce Novembro”, eis a primeira oportunidade em que prestei atenção à beleza de Charlize, desde então, ouvi críticas positivas a respeito de sua atuação como atriz, e dia desses, garimpando na locadora, achei um tal de “Monster – desejo assassino”, que dizia trazer Charlize no elenco. Procurei por ela (capa e contra-capa), e nada! Pensei comigo: “Mas cadê ela?”, e mesmo já durante o adiantado do filme eu custava a creditar que aquele ser do sexo feminino, desajeitado, de modos rudes, desfigurado e maltratado pela vida era a atriz de beleza hipnotizante. [Charlize sofreu verdadeira metamorfose ao compor o personagem, engordou 14 kilos – irreconhecível]. Monster baseia-se na história verídica da primeira serial killer norte-americana, morta em 2002, após passar 13 anos no corredor da morte. O filme é denso, nele Charlize interpreta uma prostituta que acaba se envolvendo e criando vínculo com uma lésbica, quando está prestes a dar cabo da vida medíocre e sem perspectivas, e para prover a companheira (mais jovem e desempregada), ela continua se prostituindo, mais que isso, passa a assassinar os “clientes”, logo depois que um deles a agride fisicamente (pra ser franca, preciso assistir novamente esse ótimo filme, visto que minha memória já começa a falhar). O fato é que embora Aileen (Theron) seja criminosa, não a julguei como uma, eu sentia o drama da mulher, à margem das oportunidades, que procurava sobreviver como podia, apesar das adversidades. Há uma passagem onde ela procura a redenção, ao arriscar encontrar um emprego “decente”, mas em vão, pois trata-se de um tipo estranho e sobretudo, não dispõe de nenhuma experiência, e com isso, Aileen é obrigada a voltar a vender seu corpo. Ah!! E antes que eu esqueça, a trilha sonora do filme é um capítulo à parte, as músicas foram muito bem escolhidas e são de extremo bom gosto (pelo menos pra mim, que há muito já as tenho – bendito Soulseek). Bom, esse post bem que merecia uma figura da linda e talentosa Charlize, mas não...decidi-me por não incluir fotos, pelo menos por hoje, pois, aleatoriamente, o WinAmp acabou tocando algo que me fez bem ouvir, essa música é muito bacana, de uma banda alemã, até então desconhecida minha - Wolfsheim, fala sobre uma cegueira, não necessariamente a cegueira da escuridão dos olhos, mas a cegueira como estado de escuridão da mente, e isso me remeteu a “Ensaio sobre a Cegueira” do Saramago, um dos meus prediletos...É isso!

1 comentários:

Anônimo disse...

Eu assisti a esse filme duas vezes. Realmente, foi impressionante a transformação pela qual ela passou, ficou parecendo um monstro mesmo. É uma história cruel e retrata a realidade vivida por muitas pessoas que tentam ter uma vida digna e um trabalho honesto, mas são impedidas por falta de espaço, preconceito e tantos outros motivos.

Quanto à leitura de Saramago, tentei ler um livro dele uma vez, Ensaio sobre a loucura, se não me engano, mas não gostei da forma que ele escreve. Quem sabe eu tente uma segunda vez?

Kiss