Loquei uns filmes, e os lançamentos estão “pela hora da morte”, pois acho um absurdo gastar semanalmente a quantia em média de R$ 30,00 com esse tipo de lazer, mas, discussões de ordem econômico/financeira para outra ocasião. Mean Creek, eis o título do filme que mais me agradou. Explico: - Trata-se da história de uma pequena vingança. George é um garoto gordo, problemático e repetente na escola, que tem o hábito de ser agressivo com os colegas. Logo no início, ele agride o irmão do Macauly Culkin (é, um pequeno garoto parecidíssimo com o pirralho de “Esqueceram de Mim” é um dos protagonistas, e na verdade, irmão do dito cujo). Sam, a vítima, conta para o irmão mais velho e assim, juntamente com os amigos deste, planejam uma vingança contra o gordinho histérico, que consiste em ludibriá-lo e a troco de participar dos festejos por ocasião do aniversário de Sam, convencê-lo a acompanhá-los num passeio de barco (no qual a vingança seria posta em prática). George (o gordinho),é convencido facilmente e até oferece uma pistola d´água de presente para Sam (pois trata-se do seu aniversário). Acontece que durante o passeio, o gordinho se mostra até amigável e digno de piedade, pois não passa de um bobalhão com dificuldades de aprendizado. Bom, no decorrer da história, descobre-se que um dos garotos é criado por um casal de homossexuais (motivo suficiente para servir de troça e piadinhas), e que o pai do amigo mais velho do irmão de Sam era um bêbado suicida, provável motivo de amargura e rebeldia do rapaz. Na verdade, o filme parece uma história boba de crianças que vão passear, mas não, é o retrato da perda da inocência, do momento onde se deixa de ser criança pra assumir responsabilidades e consequências, inclusive cheguei a ler críticas internet afora que apenas contribuíram pra aumentar o meu desprezo por essas pessoas que não abrem as mentes às possibilidades, carentes de sensibilidade, acostumadas ao cinema caro e fabuloso de Hollywood. Mean Creek é uma produção barata, um filme alternativo, e um ótimo filme em se tratando de cinema americano. Crítica de cinema, claro que não sou, apenas me acomodo na poltrona disposta a ver com olhos além desses que estão pregados na cara, eu procuro perceber a verdade estampada nas faces dos atores, o modo como a continuidade do filme flui, os olhares que convencem, as caras e bocas que conseguem me comover e até fazer com que eu derrame algumas lágrimas, fique chocada com a brutalidade ou admirada com a sensibilidade das pessoas. Mean Creek é um filme bobo? Jamais, quem escreveu tamanha besteira não tem a mesma percepção de cinema que eu, que diante da tela, busco transcender a realidade, imaginar situações, compreender aqueles mundos que se abrem, procuro sentir o drama como se eu mesma fosse parte sua, e esse filme conseguiu extrair tudo isso de mim. Eu não posso contar mais detalhes sobre o filme, à exceção de que a trilha sonora é excelente, e de quebra, conheci o trabalho dos Gold Brothers, cujas canções enriquecem ainda mais o conjunto composto pelas ótimas interpretações. http://www.ethangold.com/mp3s.html ; eis aqui o link para “Our love is beautiful”, uma das músicas mais legais da trilha. Resumindo, é um filme premiado (Seleção Oficial do Festival de Cinema de Cannes e Seleção Oficial do Festival de Cinema de Sundance), merecida e indiscutivelmente.
“Sob a superfície, todo mundo tem um segredo”, eis a proposta estampada na capa do DVD, cujo título em português é Pacto Maldito (que em nada tem a ver com a história). A você, caro leitor, recomendo!