domingo, janeiro 25, 2009

Turistas




Tava de bobeira, correndo o controle remoto, quando num dos Tele Cine, anunciava-se a próxima atração: Turistas - o filme.
Confesso que, sem dar muita importância, na época do lançamento do filme, li alguns comentários a respeito. Pelo que recordo, vozes se levantaram em protesto, alegando que a película avacalhava ainda mais a má reputação que gringo tem do Brasil e do brasileiro nas terras além-mar.
Por curiosidade, me ajeitei na poltrona e esperei para ver.
Pelo que entendi, o filme começa com os turistas indo para Recife, num ônibus rotulado de "Rapidão" que mais parece aqueles veículos que usam para transportar bóias-frias.
O motorista é um cara estúpido, de maus modos, que atola o pé no acelerador e enfia o dedo no nariz - um porcalhão.
Em dado momento, o ônibus tenta uma ultrapassagem perigosa que culmina num acidente sem vítimas, exceto o veículo, que acaba rolando ribanceira abaixo.
A partir daí, os turistas vão parar numa praia super sinistra, rodeada de mato por todos os lados, sem nenhum sinal de civilização.
Não existe nenhum nativo branco, exceto o médico vilão da história, que é o mais bem apessoadinho, cuja peculiaridade é um humor do cão, pois ao menor sinal de irritação, ele espeta os comparsas no olho.
No cenário, nada mais que um ambiente sombrio e inóspito, que mais parece uma floresta, ou coisa do tipo. As pessoas, suspeitas, maioria de pele escura, malandras, e selvagens, quase uns aborígenes.
Não há sinal de construções, de prédios, de trânsito caótico, de orelhões, veículos, nem de posto policial.
Os turistas são vítimas do famoso "boa noite Cinderela", furtados e metidos numa emboscada, cuja intenção é a retirada dos seus órgãos, pelas mãos do médico duvidoso, que acredita assim estar equilibrando a relação colônia versus exploradores.
Em suma, trata-se de um verdadeiro filme de terror! Uma atmosfera sombria mesmo!
Minha mãe, inadvertidamente, ia atravessando pela sala quando presenciou uma cena, digamos, desprovida de qualquer sinal de beleza e poesia, quando disparou: "_Eu não sei como vocês assistem uma coisa dessas! É por isso que de noite esse daí nem dorme." (referindo-se ao meu irmão). Não me contive e caí na gargalhada.
No desenrolar do filme, um dos vilões muda de idéia e resolve ajudar os mocinhos, ou melhor, os turistas, a se safarem do bicho-papão que deseja arrancar-lhes as entranhas, e durante a empreitada, acaba ele mesmo - o vilão convertido - por perder a vida.
No fim, de uma penca de turistas, restam apenas 3 para contar história, e o pior de tudo ainda está por vir: dão a entender que no Brasil sequer existe aeroporto. Os turistas decolam para Salvador numa espécie de bimotor (desses que qualquer dupla sertaneja com o mínimo de fama tem) que chamam de "avião". Ah, o lugar de onde é feita a decolagem, é um naco de terra cercado de mato.
Nisso, o filme termina com um dos sobreviventes, devidamente embarcado, olhando para a selva como quem diz: "Ufa!"

Minha opinião sobre?
Acho que ela já está exposta acima. Moramos numa terra semelhante àquela descoberta por Cabral, há mais de 500 anos, somos primatas (a evolução da espécie ainda não nos brindou), carnívoros e perigosos!
Sendo só, despeço-me. :)

domingo, janeiro 18, 2009

Caminho das Índias

Eu tinha tanta coisa em mente p/comentar hoje, desde uma curiosa notícia que li, sobre a venda no E-bay de um garrafa contendo o "ar respirado" pela Madonna - se não me engano, num show em Moscou - até o cessar-fogo entre Israel e Hamas que já foi rompido, horas depois de seu início.
Mas, alheia a todos esses fatos, sexta-feira, logo depois do último capítulo da saga de Flora, esperei o Globo Repórter que seria sobre a Índia.
Quem me conhece um pouco, sabe que tenho especial atração pelas culturas orientais, desde sempre, interessantíssimas, enfim...tudo o que se localize do outro lado do muro (no quintal do vizinho - nem tão avizinhado assim) me desperta curiosidade. Portanto, em razão de uma série de fatores, tais como a influência do Globo Repórter, o ínício da nova novela da Glória Peres (Caminho das Índias, se não me engano - o que em nada tem a ver com o título do meu post), e até mesmo, a minha própria curiosidade e desejo de conhecer um pouco mais da cultura indiana, optei por registrar o assunto de hoje.

Partindo do princípio, sempre tive muita curiosidade sobre o Rio Ganges e quando lia sobre ele, era muita citada a poluição de suas águas, e me intrigava o fato de mesmo assim, aquela multidão de pessoas ser atraida para os banhos coletivos, se não me engano, no mês de fevereiro. O que de tão especial havia naquelas águas?

Quando assisti a chamada do Globo Repórter sobre o tema do programa, empolguei-me, mas o sono começou a me vencer e acabei vendo o programa, mas à prestações; uma parte na sexta à noite, outra no sábado, pela Globo News e mais um pedaço no próprio site do programa.
Achei que falou-se muito superficialmente de tudo, apenas a ponta do iceberg, mal deu para sentir o gosto da Índia, pois muito mais ricos e detalhados foram os retalhos que acabei colhendo durante minhas pesquisas internet afora.

Empolguei-me, sai digerindo tudo o que via pela frente, e com sorte, encontrei uns blogs, espécie de diários sobre viagens feitas à Índia, nos quais detive-me por longos períodos, estou muito interessada, pois além da minha curiosidade natural por este lugar, quem sabe, futuramente, eu possa a vir visitá-lo, sendo assim, desde já, estou acumulando informações que poderão ser-me úteis.

Há muito o que se falar da vasta Índia, mas inicialmente, tratarei da cidade de Varanasi, uma das mais importantes, que foi visitada pelo repórter Francisco José, natural de Crato/CE - que há muito não via nas telas.
Foi em Varanasi também que o casal de irmãos, cuja viagem pela Ásia estou acompanhando via internet, visitou o Rio Ganges e relatou todas as impressões que por lá tiveram.
Estive também no blog de um repórter, cujo nome não recordo, que também citou este mesmo ponto, ou seja, a passagem do Ganges por Varanasi.
Bom, se eu continuar citando todas as minha fontes, a descrição vai acabar ficando confusa, então, vou fazer um resumo das informações mais importantes que recolhi, e sinceramente, depois de tudo, estou repensando meu desejo de visitar a Índia, pois não sei até onde terei estômago não só para as comidas, como para todo o resto.

Maior parte da população é de religião hindu e grande parte fala o inglês.
Depois de ler vários relatos, me veio à mente a lembrança de uma viagem que fiz a Juazeiro do Norte, no Ceará, à estátua do Padre Cícero. Quando acabamos de "aportar", um enxame de crianças nos abordou pedindo dinheiro, não nos davam sossego.

Na Índia, se pede a todo momento. Quando notam que você é turista (tarefa extremamente fácil), te cercam e tentam te explorar de todas as formas, mas em contra-partida, parecem ser um povo super simpático, quando não há relação de comércio em questão. Explico: os principais meios de transporte são os veículos motorizados, e outros, de tração humana. Segundo os relatos, os motoristas de tais veículos, se amontoam sobre os turistas, oferendo seus serviços e todos falando ao mesmo tempo e muitas vezes, aliás, na maioria das vezes, pedem um preço abusivo pelas "corridas".

O trânsito é caótico, e pelas vias circulam, além de carros, veículos de aluguel, bicicletas, pessoas e os animais, como elefantes, dromedários, vacas, enfim...um forfé completo.

Referindo-me novamente aos relatos que colhi, uma forma muito comum de seguir viagem é através dos tréns. Há vários tipos de acomodações, das mais simples às melhores. Os relatos que acompanhei eram de estudantes que procuravam manter o mínimo de conforto, tentando sempre evitar os vagões destinados às classes mais precárias. Segundo os mochileiros, os aposentos de dormir são minúsculos, beliches e treliches para todos os lados, baratas a perder de vista, indianos de todas as idades arrotando a todo momento, e muito cuidado com as bagagens, que ficavam o tempo inteiro amarradas ao pé da cama com corrente de bicicleta (hahahaha).
Achei interessante o relato da ída ao sanitário, tiraram até foto para ilustrar, pois o vaso não tinha fundo, os detritos vão ficando pelos trilhos mesmo.




Outro detalhe curioso é que os indianos não bebem encostando a boca nos utensílios, por acharem-lhes impuros. Os mochileiros faziam o mesmo, mas não pelos mesmos motivos, e sim por nojo, pois, estou certa de que higiene é artigo de luxo naquele país.
Nos restaurantes (não sei quanto aos mais suntuosos, mas quanto aos acessíveis), o garçon pega o alimento com as próprias mãos para servir no prato do comensal. E abro um parênteses aqui para frisar algo que me escandalizou :- na Índia, papel higiênico é outro artigo de luxo, eles fazem a "higiene" com a mão esquerda, e a direita usam exclusivamente para se alimentar (imagine quem trabalha com alimentos; é preciso usar as 2 mãos concomitantemente!).
A culinária indiana é afeita à pimenta, é pimenta demais em tudo (acho legal, porque adoro pimenta, mas imagino que eles a consumam em doses cavalares).

Nos hotéis onde os mochilheiros estiveram, mais baratas, muita falta de higiene, água fria nos chuveiros e pouco caso dos funcionários.

Nos mercados e nas ruas, disputa entre os comerciantes, o turista é literalmente pego no laço. Àqueles motoristas de veículos de aluguel, parece que é paga uma espécie de comissão para que indiquem certos destinos, portanto, se o turista bobear, acaba indo parar nas lojas, restaurantes ou hotéis mais caros, é preciso ficar atento o tempo inteiro.

Num dos restaurantes, notaram a presença de 2 menus, 1 em inglês (para os turistas) e outro em hindi (para os nativos), sendo que o cardápio para turistas sugeria o triplo do preço, o que gerou uma discussão dos mochileiros com o gerente do estabelecimento; não se deixaram passar por bobos e exigiram a restituição das rúpias pagas a mais.
Conclui que na Índia, em relação ao turista, o povo é bem malandro e isso me deixou muito receosa. Fiquei impressionada com outro caso: os mochileiros estavam observando uns macacos e um indiano velho se aproximou, ofereceu uns biscoitos para que os estrangeiros pudessem atrair para mais perto os bichos, e depois disso, estendeu a mão, pedindo dinheiro. Que povo mais pedinte e mais mercenário! Os mochileiros deram qualquer trocado e velho fez cara de quem não gostou.
Percebi também muita miséria em tudo, muito pouco asseio, uma coisa medonha de se ver (e olha que nem vi ainda).

Mas, como eu disse mais acima, o indiano é muito simpático. Não podem ver uma câmera de filmagem ou fotográfica que lá estão eles, querendo ser coadjuvantes. Num dos relatos, os nativos pediam para tirar fotos com os turistas e noutro caso, uma senhora puxou pela mão um dos mochileiros para apresentar-lhe toda a sua família. E nisso, eles não dão sossego, é indiano pedindo dinheiro e querendo sair nas fotos o tempo inteiro, me senti exausta apenas de ler os relatos.
Importante dizer que há guardas por todos os cantos e a produção de fotos e filmagens é restrita em certos pontos (próximo aos rituais de cremação, por exemplo). O pessoal da Rede Globo teve que formular N solicitações para um tudo, deu-me a impressão de uma burocracia sem fim, foi até citado que eles "adoram carimbos".

Bom, post extenso é coisa para poucos e ávidos por leitura, mas como não tenho pretensão de público, desejo apenas deixar aqui meus registros para minhas próprias consultas, continuo seguindo, mas já um pouco cansada, motivo pelo qual pretendo finalizar em breve este post - o que não implica que o assunto "Índia" esteja encerrado neste sítio.

Para fechar com chave dourada, o Ganga, ou Ganges, o extenso rio que nasce nas geleiras do Himalaia.
Consultei várias fontes e todas trazem um número divergente no que diz respeito à sua extensão, coisa entre seus 2.500 km.
Para os indianos, as poluídas águas do Ganges são sagradas, é preciso banhar-se nelas, para se ver purificado dos pecados.

Dias atrás, o "Lawrence Waba" (entre aspas, pois não tenho certeza da escrita correta), estava no Faustão, falando de uma viagem feita à Índia, na qual ele filmou um templo dedicado ao culto aos ratos. Uma coisa de embrulhar o mais robusto dos estômagos. Naquele templo, em particular, os ratos eram tidos como sagrados e fervilhavam por todos os cantos entre as pessoas. O Lawrence falava: "Dava para ver que eram ratos sujos, de rua.." Mas eles estavam ali, com os humanos, inclusive, o zelador do templo bebia água da mesma tigela que eles. Citei esse particular para reforçar ainda mais a má impressão que tenho dos indianos no quesito higiene, pois eles não se preocupam em nada com doenças que possam ser transmitidas através da falta desta que é tão apreciada em nosso mundo ocidental.
Voltando ao Rio Ganges, eu já sabia que a água era poluída, e que até cadáveres eram lavados ou atirados no rio, mas fiquei ainda mais chocada com alguns relatos que li de mochileiros. Pessoas e bichos se lavam na mesma água onde detritos industriais são despejados, cinzas e restos mortais são atirados, roupas são lavadas e até higiene bucal é feita, porque até os dentes eles escovam nas margens do rio.

Reparem na foto, o homem à direita com um escova de dentes e o sujeito à esquerda, todo ensaboado:- (Para melhor visualização, clicar na foto)



E aqui, abro mais um parênteses para fazer distinção entre os mortos que são lançados nas águas do Ganges. É comum ver os corpos sendo queimados, envoltos em panos cor de laranja. No fim, as cinzas são peneiradas, dali retiram as jóias que adornavam o morto, e o que resta pertence ao Ganges. Mas nem todos podem ser cremados. As crianças, mulheres grávidas, animais, pessoas sagradas ou aquelas picadas por cobras (também consideradas sagradas) devem ser amarrados a uma pedra pelos pés e assim, lançados na água; estão probidos de alimentar as fogueiras.
Interessante citar que: -
às vezes, os nós se desatam e os corpos acabam vindo à tona;
durante o ritual de cremação, apenas a permanência dos homens é permitida;
não há odor algum de corpo queimando, apenas cheiro de fumaça e lenha (pois a fogueira é acesa com um fogo sagrado, que evita o cheio de churrasco humano)
parece-me que essas pessoas que se banham nas imundas águas do Ganges não adoecem sequer de resfriado. Será o poder da fé deles???

Na foto seguinte, mulheres oferecendo velas acesas ao rio.




Quero terminar o post com essa pergunta no ar (Será o poder da fé deles???), mas não sem antes citar um fato engraçado, relativo à água do Ganges. Num dos relatos que li, os turistas pediram uma garrafa de água e o indiano que a vendeu fez questao de abrí-la. Insistiu mesmo! Foi quando perceberam que o fundo da garrafa estava amassado e que o lacre havia sido rompido, dai pensaram que se a garrafa já houvera sido aberta, seu conteúdo devia ser água da torneira, consequentemente, das enxurradas que lavam as ruas (imundas e repletas de bosta de vaca e de toda sorte de animais que convivem entre os humanos) e correm para o Ganges, e água do Ganges, jamais!! (me diverti sozinha lendo isso, pela malandragem do indiano querendo vender uma garrafa violada e pelo medo dos turistas da água poluída.

Bom, SENDO SÓ para o momento, despeço-me por aqui, deixando claro que continuo devorando informações sobre a Índia, assim como, mesmo um pouco amedrontada e acreditando ser um desafio para um ocidental visitar um país tão exótico, a chama da curiosidade continua me queimando.

(Aproveito a ocasião para convidar o Vi a embarcar comigo nesta aventura, num futuro não muito distante. Será que ele aceita?)

quarta-feira, janeiro 14, 2009

St. Barbie



Bom, deixa eu tomar um fôlego - estou moída.
Cheguei há pouco da academia, tomei um banho, ainda estou em jejum, e, como de costume, para prolongá-lo, resolvi escrever antes que a novela comece.
Já terminei de montar meus novos treinos, aliás, terminamos - eu e o "teacher" - e posso dizer que fiquei satisfeita e hiper cansada, porque não me restou nenhuma moleza.
Comecei a construir essa postagem hoje cedo, no meu trabalho, mas a certa altura, foi impossível continuar, tive que atender um casal que chegou acompanhado do seu advogado "cri-cri" que pretendia ser esclarecido sobre umas dúvidas relativas ao contrato de locação, mas em muito me espantou o fato de que sequer ele me permitiu abrir a boca para responder às suas questões. O infeliz não parava de falar. Percebi que ele não sabe ouvir o que as pessoas tem a dizer, e para arrematar, ficava tentando me impressionar alegando que o Código Civil diz isso e aquilo - como se eu fosse alguma tola.
Fiquei só observando, sequer mencionei o fato de que, se bobear, eu entendo mais de Direito Imobiliário do que ele, apenas pela prática. Mas, para não contrariar "a criança", não troquei qualquer argumentação naquele momento, até porque seria necessário consultar o jurídico da empresa. Limitei-me a observar a postura do sujeito. Fico besta de ver como advogado quer sempre dar uma de mais sabido e mais esperto pra cima dos outros.
Falo com conhecimento de causa, cursei direito, mas não simpatizo com esse pessoal que gosta de se valer do fato de saber um pouco mais de legislação para tentar se impor a qualquer custo. Tenho uma visão romântica das coisas, inclusive do Direito, pois se em qualquer tempo eu resolver exercê-lo, acredito que me sentiria plenamente realizada defendendo as pessoas ignorantes, marginalizadas, e que não tem quem berre aos 4 ventos por elas.
Para ser franca, acho que Defensoria Pública seria o ideal.
Acabo de perceber que a novela começou, portanto, vou acelerar com isso e deixar para me estender em outra ocasião, mas não sem antes falar do Mark Ryden, pintor do quadro em questão. Trata-se de um artista dos Estados Unidos, cujas obras despertam interesse pela estranheza. Sou fã do homem, apesar das pessoas mais delicadas não acharem qualquer graça na quantidade de pedaços de carne, sangue e objetos pitorescos que povoam suas obras. A postada, é uma das mais graciosas que consegui achar, às carreiras, embora não seja a minha predileta.
Mark é vivo e se não me engano, tem uma exposição em andamento no Japão.
Se por aqui aparecer alguém entendido na pintura, por favor, me responda o que está por trás da figura desta inocente criança, de mãos postas para a Santa Barbie, desnuda, pairando sobre uma nuvem.
Mark se utiliza de alegorias para transmitir suas mensagens e confesso que em muitas obras, é difícil entender a metáfora implícita, portanto, peço ajuda aos universitários.
Eis aqui o link da página do artista, caso haja algum interesse em conhecer demais obras: http://www.markryden.com/
Bisous

sexta-feira, janeiro 09, 2009

2009 sarado sim, mas, saudável ainda mais!


Confesso que não me ocorre nada o que postar, mas resolvi fazê-lo por 2 motivos: a revolta da LU contra a ditadura da beleza magérrima e pelo fato de eu estar embromando aqui enquanto o tempo passa. Explico: preciso embromar para comer minha frutinha, derradeira refeição do dia, uma vez que hoje mesmo, meu professor de musculação me confidenciou que quanto mais se prolonga o jejum após o treino, mais se gasta calorias e até se consegue uma diminuição de massa muscular (o meu desejo). Sendo assim, estou tentando seguir à risca as sábias orientações do mestre.

Agora vamos ao caso da Lu. Visitei o seu blog, como de costume, e fiquei besta com a revolta dela em virtude da sua briga com a balança. Ah, maldita ditadura da magreza, quantos transtornos, hein? Ocorre que estou com uma preguiça sem medida de enumerar aqui, novamente, todos os motivos que expus pra Lu, coisas que se deve considerar antes de rotular alguém como gordo ou magro. Ser gordo ou magro é um contexto onde a saúde deve ter seu espaço preservado - inclusive a saúde mental.

Esses dias eu estava assistindo o banal "American Next Top Model". Uma dúzia de meninas, cada uma mais esquelética do que a outra, competindo para ver quem se saia melhor nas provas a fim de ser eleita "a tal". Em meio às preparações, a mestra delas, uma famosa top, cujo nome lê-se "Tira Banks" (acho), determinou que elas realizassem uma série de performances, sendo que algo muito me chamou atenção. Em determinado momento, devia-se agachar de costas para um espelho e depois, levantar, sexy e graciosamente. Uma das meninas, magra de doer, mal tinha forças nas pernas para conseguir realizar o movimento de subida. A tal de Tira então comentou que aquela modelo a preocupava, pois estava magra, mas não EM FORMA. Eis aí um ponto importante, estar magra, dentro dos padrões estéticos, não significa estar saudável, ou gozando de plena forma física.

Noutro momento, mais adiante, as modelos foram levadas a um local onde participavam de um clip daquele filho cantor do "Rúlio Iglezias" (foi de propósito). Novamente, ocorre um incidente, quando depois de horas de gravação, em jejum, uma das meninas desmaia e é preciso chamar uma ambulância. Isso lá é vida?! Viver tombando pelos cantos, sem força para sequer se levantar do chão, sem energia, apáticas, servas de um estereotipo, de um ideal de beleza que as escraviza...Bom, cada macaco no seu galho. Há que se levar em conta os prós de ser sub-nutrida, especialmente quando a magreza acontece mesmo quando se come feito comeria um africano de Serra Leoa frente a um banquete, mas, você, eu, e quem mais, todas e todos nós que não nascemos com 1.80m e nem pesamos 40kg, vamos procurar uma vida sadia, pautada pelo objetivo do bem estar. Obesidade não, mas, ditadura da magreza, MENOS AINDA!

Hoje, estou postando a foto do meu professor,Rodriguinho, para deleite de quem se apetecer. (Deus queira que ele jamais descubra esse blog). Ele é uma cara muito bacana, e essa marra da foto em nada condiz com a pessoa super profissional e extrovertida que escolhi para me ajudar na troca dos treinos, e modéstia à parte, escolhi o cara mais qualificado, sei disso.

BISOUS E HASTA LA VISTA!

sábado, janeiro 03, 2009

Bom princípio!



(Clichê) Depois de longo e tenebroso inverno, retorno às postagens.
Bom, estou com a cabeça a fervilhar de idéias que gostaria de saber imprimir aqui, mas, meio área, fato que irá, na certa, me tirar o foco.
E lá se foi 2008! Alguns disseram: "E já vai tarde!" Acho que não concordo inteiramente com isso, uma vez que por mais amargo, difícil ou conturbado que tinha sido o período passado, algum aprendizado, alguma experiência há de ter ficado como herança.
Bom, apenas para que fique aqui registrado, e um dia, eu possa reler e relembrar, farei algo tipo a retrospectiva proposta pela Lu.
Quanto ao primeiro semestre de 2008, nada de muito relevante ocorreu, até que em meados de junho, uma avalanche de coisas, não tão numerosas assim, mas muito marcantes, foram acontecendo.
Tive problemas no trabalho, durante dias vivi momentos de apreensão, devido à ameaça de partida de uma colega, que desafortunadamente, iria transferir para mim as suas malquistas tarefas. Cogitei muito seriamente "levantar voo" (sem acento, já estou na moda da reforma ortográfica), mas por fim, tudo acabou se ajeitando na base da conhecida "gambiarra" e ficou quase bom para todas as partes.
Quanto à minha vida amorosa, haha, abstenho-me de tecer comentários; são da ordem dos desastres de costume. Mas neste sentido, deixo aqui registrado como meta para 2009 conseguir alcançar um maior amadurecimento como pessoa, um maior crescimento espiritual, um maior desapego, mais firmeza e segurança relativas às coisas que realmente quero, a fim de que elas não se esvaiam perante as minhas vistas.
Gostaria aqui de abrir parênteses para citar algo que talvez apenas eu entenda, uma espécie de advertência interna. Estava eu a ler um livro sem muita expressão, mas curioso, escrito por um psicólogo/filósofo, quando ele afirmou que o corpo não mente, quando nos expressamos. Chamou-me atenção o fato dele afirmar que as pessoas que tocam outras com a mão direita são possessivas, veem outrem como propriedades e isso não é uma característica sadia no que diz respeito aos relacionamentos. Parei um pouco para pensar e acabei reconhecendo que costumo tocar tudo com a mão direita, assim como, sempre cruzo a perna direita por cima da esquerda...
Mas, voltando à retrospectiva, no passado 2008, minha irmã firmou seu relacionamento, e há poucos dias atrás, terminou de carregar a mudança para a casa do namorado; juntaram os trapos, como se diz por aí...Achei tão estranho...Não pelo fato dela ter ido, pois mais dia, menos dia, cada um vai viver a própria vida, mas eu acreditava que seríamos sempre nós, todos ali, juntos, eternamente. Que romântica, que medo de crescer!
Mas, há que ser citado mais um fato, pois antes de "perdermos" minha irmã, perdemos minha tia, aquela quadradona, tradicional, solteirona, cheia de tabus e afins. Sim, essa mesmo, que também dedicou a vida a educar os filhos alheios e os próprios sobrinhos. Aquela que também foi por muitas vezes ignorada pelos próprios irmãos, injustiçada pelo meu próprio pai, e vamos parar por aqui, porque eu poderia enumerar uma série de fatos que em nada a resgatariam do seu "sono". O que a perda dela me fez pensar bastante é que dizem que o inferno fica depois do portal que atravessamos quando já não somos mais matéria. Cada vez mais, discordo disso, acredito que o inferno é aqui mesmo. Estamos aqui para sermos provados com tarefas de toda a sorte, e felizes daqueles que dispuserem de armas e meios para lutar em igualdade de condições com o mundo, pois essa tia a quem me referi, sempre foi um Davi lutando contra Golias. É por isso que me forço a acreditar, por mais que o neguem os céticos, há de existir algo melhor, mais leve e reconfortante além deste plano onde vivemos, caso contrário, essa existência terrena, em tantos casos, seria desprovida de sentido. A Lu há de se contrariar comigo, mas, cada um com suas verdades e eu insisto em acreditar que "há muito mais coisas entre o céu e a terra do que imagina nossa vã filosofia". E isso me faz lembrar um fato curioso, ocorrido comigo há alguns dias atrás. Era um sábado, dia anterior ao falecimento da minha tia, e eu estava aflita quanto à uma decisão - claro que isso não é nenhuma novidade, em se tratando de librianos, que tem (sem acento, novamente) o péssimo hábito de medir os "N" lados de uma mesma questão, e nisso, desperdiçam tempo em demasia. Bom, e indecisa que estava, pedi com muita convicção a Deus que me indicasse um caminho, me enviasse um sinal, me orientasse sobre o que deveria ser feito (ou não), salientando que não era nada relacionado à minha tia. Feito isso, como é sabido, tenho o costume de ler a coluna do Paulo Coelho e abri o site. Para minha surpresa, o título do post, naquele dia, era: "Dos Sinais". Claro que hão de bradar pela coincidência, mas eu me sinto no direito de descartá-la. Entre outras coisas, o post dizia que é preciso saber interpretar os sinais que a vida nos emite. Assim como um motorista no trânsito, há que se saber que muitas vezes é preciso parar e esperar o momento certo de ir adiante. Pronto, essas palavras, aliadas ao meu instinto, me fizeram decidir pela omissão de não agir naquele momento, coisa que até hoje não me causou arrependimento. (Lú, tire as conclusões que julgar mais adequadas)
Imenso post!
Acabo de lembrar de mais um detalhe: outrora, em todas as viradas de ano, eu parava na sacada de casa, a olhar as estrelas, os fogos, a imensidão do céu, e em pensamento, fazia meus pedidos e agradecimentos, tentando carregá-los de quanta fé eu era capaz. E isso permanecia por vários minutos, mentalmente, construindo minha lista de pedidos para o ano que acabava de romper. Cheguei à conclusão de que em nada adianta pedir, ter fé no que se pede, conquistar as metas, se não sabemos como manter nossas conquistas. Justamente por isso, este ano, mudei os hábitos, mal bebi espumante no dia da virada, não vi os fogos, não olhei as estrelas, sequer mirei o céu. Fechei-me em copas, comigo mesma, e antes de dormir, enquanto um turbilhão de pensamentos povoava a minha mente, apenas pedi que eu soubesse não ser minha maior inimiga, que eu não mais pisassse em cima das coisas que construi, que eu soubesse mensurar o meu valor, e que apenas construisse; tivesse ânimo e coragem de construir e de ser eu mesma.
E estava eu no auge deste post, quando o celular tocou, atendi e era uma amiga em crise, indo aos píncaros da ira por que descobriu, agora, uma traição perdendo o prazo de validade, datada de julho do ano que passou. Ralhei com ela, aconselhei a não criar caso baseada em fatos superados, duma época em que o namoro estava em crise e o casal ainda não havia passado pelas provações que vieram meses depois. Ah, os relacionamentos! Como nos causam cabelos brancos, rugas, insônia...
Para fechar, apenas gostaria de ratificar que o ano começou sem pretensões supersticiosas, conforme já mencionado acima, e segue a plenos pulmões, com troca de layout e inclusão de um gato preto da sorte! Sim, da sorte, e ai de quem teimar comigo. De lambuja, foto novinha em folha, tirada especialmente para ilustrar o meu desejo de BOM PRINCÍPIO. Cabe aqui, um recado especial para a Monks, que queria tanto saber o motivo do meu aperreio no caso do sedex extraviado. Era justamente esse óculos, hahaha!
Por fim, 2009 será mais uma oportunidade de fazer diferente. Vamos tentar então! Sorte e força, para todos nós!