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Imagina, o perfume de hoje.
Hoje, absterme-ei de escrever sobre outrem, quero descrever parte do meu dia.
Acordei por volta das 9hs30min, detive-me alguns instantes até sair, conversando sobre amenidades com minha mãe, na cozinha, e por fim, ganhei a rua. Guinei p/ a direita, e fui direto à farmácia de manipulação, pois estava muito interessada em certas cápsulas aceleradoras de metabolismo. Cheguei lá por indicação, e apesar de acreditar que o rapaz estava me ocultando o produto mais potente (e por isso mesmo, proibido), ele ainda me fez e gentileza de ceder meia dúzia de cápsulas a título de experimento. Guardei-as na bolsa, satisfeita e com gosto; segunda-feira começo a ingeri-las. Saindo da farmácia, subi ao banco; precisava imprimir um talão de cheques. Feito isso, dirigi-me a determinada loja na procura de duas camisas de algodão, que prontamente encontrei. Ato contínuo, tomei o rumo da loja de perfumes. Acabei me rendendo ao cheiro de um tal de
“Imagina”, fabricado na Espanha (segue a descrição do perfume:-Floral, amadeirado e ambarado, Imagina chega para deixar a vida mais sonhadora e misteriosa. Esta fragrância é composta por uma saída fresca e luminosa, seguida de um corpo floral mágico e sustentada por um fundo amadeirado e ambarado. Sua composição é à base de mandarina verde, pimenta preta, botões de laranjeira, cassis, magnólia, flor de lótus, bromélia, violeta dos alpes, madeiras leves, almíscar transparente e âmbar branco. Com um aroma e design tão envolventes, atrai todas as
mulheres alegres, vibrantes e encantadoras - atenção nesse grifo), e como não podia deixar de ser, não saí sem o Lolita Lempicka e Bulgari Black (ah se os homens soubessem como esse perfume – que tem um fundo de chocolate, é simplesmente delicioso...). Bom, desfalque em andamento, eu ainda precisava passar no Mercado Municipal p/ comprar uma encomenda da minha mãe, pastel de carne. Entrei, e imediatamente, vieram-me à mente as memórias da infância, quando aos sábados, minha mãe nos levava até a tradicional banca de pastel, onde eu religiosamente consumia o de sempre - pastel de queijo com guaraná, e achava aquilo uma verdadeira delícia (e ainda é), mas antes disso, estive numa banca de grãos, onde curiosa vendedora me atendeu. Chegando lá : _ Aqui tem grão de bico? Uma mulher clara de cabelos castanhos, curtos e lisos apontou com o dedo: _Tem! Perguntei o preço, pensei um bocadinho se levar meio quilo não seria mais adequado, pois esse tipo de grão demanda tempo extra para cozimento e minha vida prática não costuma esperar, mas por fim, eu disse: _Quero 1 quilo! Ela veio de lá e aproveitei pra interpelar pelo preço do feijão comum (que girava em torno de R$2,00 a R$ 4,00 a menos), sendo assim, eu curiosa: _ Mas você sabe dizer por que o grão de bico é tão mais caro que o feijão, qual o motivo disso? A mulher tencionou responder: _ Ahhhh ééééééééééé, o grããããããão dededededede biiiiico é importado... (Daí percebi que tratava-se de uma gaga, até aí tudo bem, mas ela começou a corar – nem sei por que), e continuou: _O feeeeeeeeeeeijão mamamamamamamamais caro é quequeque não dáááááááá mais safra...Ela se esforçava para explicar, enquanto desviava o olhar,e eu fitava atentamente seu rosto, que de branco estava vermelho, e juro que por um instante achei que ela estivesse à beira dum ataque epiléptico, tive sério receio disso, Jesus! Eu não tenho nada contra os gagos, mas enquanto falava, a mulher corava, era notável seu nervosismo, ela se atrapalhava ao falar, a explicação demorava a ser concluída e eu fiquei agoniada com aquilo, com medo dum surto (tenho medo de epilépticos). Acho que eu quis rir, mas contive-me porque notei o quanto a gaga estava constrangida; paguei e sai. Procurei a banca das frutas e escolhi umas uvas que depois vim a descobrir que não eram lá tão doces, mas ok, nada que um pingo de adoçante não resolva. Por fim, estava na banca do pastel, estar ali era como voltar ao passado, aos meus tempos de criança (os olhos até marejam de lembrar). Infância que não foi das melhores, era um tempo difícil, devido à linha dura do meu pai, que nos limitava todo e qualquer tipo de farra, mas mesmo assim, tinha desses pequenos prazeres inesquecíveis, como comer aquele pastel quentinho e acreditar, pelo menos por cinco minutos, que a vida era legal e tão saborosa quanto um salgado frito. Não que ela não seja, é que minha infância era meio amarga, devo isso ao meu pai. Terminei minhas obrigações no mercado e subi pra casa. Notei que ainda faltavam mais algumas compras e corri ao magazine, onde acabei gastando mais R$ 50,00, sendo que deste total, uns 60% na verdade, não se tratavam de itens necessários. Mas, do que vivem as pessoas senão de supérfluos e de pequenos caprichos que ajudam a tornar o sabor das coisas um pouco mais doce? Bom, falência concluída com êxito, fiquei feliz por estar com um estoque respeitável de perfumes; praticamente falida, porém, uma cheirosa em potencial. Agora estou em casa, terminei de baixar o segundo capítulo de LOST (diga-se de passagem, gostei bastante do primeiro – relutei pra aderir ao LOST porque no fundo eu não queria ficar cativa de mais um seriado, pois já me bastava a ansiedade de ter que esperar meses por novas temporadas de Smallville, mas acho que não consegui resistir...mas, tudo bem, a pirataria tem me dado uma mão e enquanto eu conseguir baixar os vídeos sem custo...)
Acho que escrevi o bastante por hoje, vou deitar e tirar uma pestana.