domingo, janeiro 25, 2009

Turistas




Tava de bobeira, correndo o controle remoto, quando num dos Tele Cine, anunciava-se a próxima atração: Turistas - o filme.
Confesso que, sem dar muita importância, na época do lançamento do filme, li alguns comentários a respeito. Pelo que recordo, vozes se levantaram em protesto, alegando que a película avacalhava ainda mais a má reputação que gringo tem do Brasil e do brasileiro nas terras além-mar.
Por curiosidade, me ajeitei na poltrona e esperei para ver.
Pelo que entendi, o filme começa com os turistas indo para Recife, num ônibus rotulado de "Rapidão" que mais parece aqueles veículos que usam para transportar bóias-frias.
O motorista é um cara estúpido, de maus modos, que atola o pé no acelerador e enfia o dedo no nariz - um porcalhão.
Em dado momento, o ônibus tenta uma ultrapassagem perigosa que culmina num acidente sem vítimas, exceto o veículo, que acaba rolando ribanceira abaixo.
A partir daí, os turistas vão parar numa praia super sinistra, rodeada de mato por todos os lados, sem nenhum sinal de civilização.
Não existe nenhum nativo branco, exceto o médico vilão da história, que é o mais bem apessoadinho, cuja peculiaridade é um humor do cão, pois ao menor sinal de irritação, ele espeta os comparsas no olho.
No cenário, nada mais que um ambiente sombrio e inóspito, que mais parece uma floresta, ou coisa do tipo. As pessoas, suspeitas, maioria de pele escura, malandras, e selvagens, quase uns aborígenes.
Não há sinal de construções, de prédios, de trânsito caótico, de orelhões, veículos, nem de posto policial.
Os turistas são vítimas do famoso "boa noite Cinderela", furtados e metidos numa emboscada, cuja intenção é a retirada dos seus órgãos, pelas mãos do médico duvidoso, que acredita assim estar equilibrando a relação colônia versus exploradores.
Em suma, trata-se de um verdadeiro filme de terror! Uma atmosfera sombria mesmo!
Minha mãe, inadvertidamente, ia atravessando pela sala quando presenciou uma cena, digamos, desprovida de qualquer sinal de beleza e poesia, quando disparou: "_Eu não sei como vocês assistem uma coisa dessas! É por isso que de noite esse daí nem dorme." (referindo-se ao meu irmão). Não me contive e caí na gargalhada.
No desenrolar do filme, um dos vilões muda de idéia e resolve ajudar os mocinhos, ou melhor, os turistas, a se safarem do bicho-papão que deseja arrancar-lhes as entranhas, e durante a empreitada, acaba ele mesmo - o vilão convertido - por perder a vida.
No fim, de uma penca de turistas, restam apenas 3 para contar história, e o pior de tudo ainda está por vir: dão a entender que no Brasil sequer existe aeroporto. Os turistas decolam para Salvador numa espécie de bimotor (desses que qualquer dupla sertaneja com o mínimo de fama tem) que chamam de "avião". Ah, o lugar de onde é feita a decolagem, é um naco de terra cercado de mato.
Nisso, o filme termina com um dos sobreviventes, devidamente embarcado, olhando para a selva como quem diz: "Ufa!"

Minha opinião sobre?
Acho que ela já está exposta acima. Moramos numa terra semelhante àquela descoberta por Cabral, há mais de 500 anos, somos primatas (a evolução da espécie ainda não nos brindou), carnívoros e perigosos!
Sendo só, despeço-me. :)

6 comentários:

Lou disse...

Fala, Srta. Rô!
Não vi esse filme, somente algumas chamadas. Ridículo, né? Sinceramente, acho que se fizessem um filme sobre os índios, antes da chegada do Cabral, seria menos aterrorizante. Afinal, não existia venda de órgãos na época. Enfim.
Bisous e ótima semana!

Mônica disse...

Pera lá, né, fia? Tudo bem que não somos a espécie mais evoluída do universo, mas daí fazerem um filme dando a entender que o Brasil se resume a mata e que seus habitantes são aborígines é um pouco demais não acha, não?

Além do que, o comércio de órgãos é um problema internacional.

Lou disse...

É Letras!
Ah, mas eu não vou deixar de fazer academia, não, nem que eu tenha que acordar 6h da matina, ou sair de lá meia-noite, que é quando fecha! Claro que, provavelmente, não vai dar pra ir todos os dias, mas estarei tão ocupada que mal vai dar tempo de comer besteira, hehehe...
Ah, e o cara que eu falei no post não é aquele, paixão da minha vida inteira, é outro!
Beijo!

Mônica disse...

Oi, fia. Não tô tão sumida assim, não. Vc tá mais que eu...rs.

Não estava bem mesmo quando me deparei com aquele poema, tanto que duvidei achar algum outro que servisse como luva para postar naquele dia. Mas é a tal inconstância de humor...quando a coisa pega, pega!

No mais, tudo certo (ou quase...). E vc?

Bjs.

Lou disse...

Ai, qta teia de aranha...
Deixei um presentinho pra você lá no blog, hahah...
Bjs

Kat disse...

Esse filme está na minha lista de não vi e nem quero ver..

beijocas